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Cimpor reforça operação no mercado argentino

A Cimpor pretende cotar a participada argentina Loma Negra no mercado de capitais dos Estados Unidos e está a estudar a ampliação das atuais unidades ou a construção de novas fábricas para reforçar a produção de cimento naquele país.
14 Setembro 2017, 07h20

A Cimpor já tinha anunciado que quer abrir o capital social da sua participada argentina Loma Negra a investidores externos, através de uma emissão em bolsa, mas no relatório intercalar consolidado referente à atividade no primeiro semestre deste ano, ontem divulgado, a cimenteira brasileira da InterCement (Camargo Corrêa) adianta que é sua intenção cotar a empresa no mercado de capitais dos Estados Unidos.

“No passado dia 5 de setembro de 2017, a Cimpor informou que no âmbito das iniciativas que se encontra a desenvolver tendo em vista a redução da sua alavancagem financeira, o conselho de administração da subsidiária da Cimpor na Argentina, Loma Negra, continuou a promover iniciativas que permitam dotar aquela subsidiária dos requisitos necessários para promover uma oferta de capital nos mercados de capitais argentino e internacionais”, destaca o referido comunicado da Cimpor.

Esse mesmo documento revela que, “neste enquadramento, submeteu nessa mesma data à U.S. Securities and Exchange Commission (“SEC” nos Estados Unidos da América) o documento F1 (Registration Statement Under the Securities Act of 1933)”, para poder cotar a sua subsidária no mercado de capitais norte-americano.

Aliás, a Argentina valeu 360 milhões de euros de faturação no primeiro semestre deste ano, em que a Cimpor registou um volume de negócios consolidado de cerca de 921 milhões de euros.

O mercado argentino é, neste momento, o mais relevante para a atividade da Cimpor, tendo crescido 34% em volume de negócios na primeira metade deste ano face ao período homólogo de 2016. E o objetivo é continuar a crescer.

“As operações da Loma Negra devem beneficiar do desenvolvimento deste mercado [da Argentina], impulsionando a geração de EBITDA da companhia e reforçando a sua liderança local. Neste sentido a Cimpor, encontra-se a desenvolver estudos e projetos de aumento de capacidade de produção de cimento na Argentina para que possa vir a responder à materialização do potencial aumento de consumo de cimento nesta geografia”, adianta o comunicado da Cimpor.

Ainda na Argentina, o grupo cimenteiro brasileiro vai também prosseguir o seu esforço de desalavancagem financeira, devendo haver desenvolvimentos até ao final deste ano da tentativa de alienação de participações minoritárias, em especial na Argentina (Loma Negra).

Deste modo, o relatório e contas semestral da Cimpor sublinha que “as perspetivas da atividade da Cimpor na Argentina e no Paraguai são especialmente animadoras”.

“A reestruturação económica da Argentina começa a dar os seus frutos e é bem patente nos índices macroeconómicos, que consensualmente ilustram um crescimento perseverante para os próximos anos. Prevê-se que o consumo de cimento encerre 2017 com um crescimento de cerca de 8%”, defende a Cimpor.

Quanto ao Paraguai, “também com um cenário económico favorável, a companhia deverá tirar partido da velocidade de cruzeiro da sua unidade industrial a par do aumento de quota de mercado”.

No referido relatório e contas, a Cimpor revela que, a 8 de agosto de 2017, a controlada Yguazú Cementos captou dois novos empréstimos em guaranis, no montante total equivalente a cerca de 65 milhões de euros.

No primeiro ano, os juros variam entre 8,5% a 9% ao ano, e para os demais anos, os juros serão calculados conforme taxa média divulgada pelo Banco Central Paraguaio, mais ‘spread’.

Os juros são devidos semestralmente, a partir de fevereiro de 2018, e a dívida será liquidada em quinze parcelas semestrais, a partir de agosto de 2018.

“Os recursos foram destinados para o pagamento antecipado da totalidade dos empréstimos daquela subsidiária. Os referidos empréstimos estão garantidos por hipoteca da instalação fabril no Paraguai e penhora dos seus ativos”.

O mercado nacional também apresenta boas perspetivas para a Cimpor até ao fnal do presente ano.

“Os setores residenciais e comerciais de Portugal deverão continuar a alimentar a procura de cimento. No que toca à exportação, antecipa-se a continuação do crescimento de volumes com a expansão e diversificação da sua base de clientes internacionais da Cimpor, beneficiando do abastecimento pelas unidades industriais em Portugal amplamente reconhecidas pela sua eficiência industrial”, prevê a Cimpor.

Por isso, conclui o relatório e contas da Cimpor referente ao primeiro semestre deste ano, “neste contexto, ao qual acresce a perspetiva favorável na evolução da geração de caixa pela atividade corrente da companhia, antecipa-se que o fecho de 2017 evidencie progressos de desalavancagem financeira”.

 

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