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CIP contra limitação de venda de certos produtos nas grandes superfícies

Segundo a instituição presidida por antónio Saraiva, esta medida em causa vem, por um lado, privar ou dificultar o acesso dos consumidores a um leque alargado de bens, e por outro, causar maiores danos económicos às empresas portuguesas que têm nos super e hipermercados um importante canal de comercialização da sua produção, bem como a todas as cadeias de valor associadas a esses mesmos produtos.
15 Janeiro 2021, 17h02

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal está contra a decisão do Governo limitar a comercialização de certos produtos nas grandes superfícies nesta nova fase de confinamento geral do país.

“Foi anunciado pelo Governo que será em breve proibida a venda nos super e hipermercados do tipo de produtos que é comercializado nos estabelecimentos de comércio a retalho encerrados ou com a atividade suspensa. No entender da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, esta é uma medida errada”, assume um comunicado da instituição liderada por António Saraiva.

De acordo com este documento, “a CIP tem defendido que as medidas restritivas de combate à propagação da pandemia devem obedecer a um critério de proporcionalidade, tendo em conta as perturbações económicas e sociais que delas possam advir, mitigando os inevitáveis sacrifícios pessoais, sociais e económicos delas decorrentes”.

“A medida em causa vem, por um lado, privar ou dificultar o acesso dos consumidores a um leque alargado de bens. Por outro lado, vem causar maiores danos económicos às empresas portuguesas que têm nos super e hipermercados um importante canal de comercialização da sua produção, bem como a todas as cadeias de valor associadas a esses mesmos produtos”, defende o referido comunicado.

A confederação patronal critica ainda que esta medida foi tomada “sem que haja qualquer benefício em termos de saúde pública”, pelo que “consumidores e empresas vêem assim agravados os elevados sacrifícios e custos causados por este confinamento”.

“A CIP reconhece os problemas que esta medida pretende obviar. Criar mais constrangimentos às empresas portuguesas, maiores disrupções nas cadeias de valor, maiores dificuldades aos consumidores não será, certamente, a melhor forma de mitigar esses problemas. Por outro lado, esta medida está longe de proteger os pequenos comerciantes que foram obrigados a encerrar os seus estabelecimentos, deixando abertos outros canais de comercialização, como as plataformas eletrónicas”, explica a instituição presidida por António Saraiva, acrescentando que “a concorrência é um valor a defender, mas não à custa do aprofundamento da gravíssima crise económica e social que estamos a viver”.

Por isso, “a CIP apela ao Governo que pondere seriamente os custos e benefícios que esta medida comporta, tendo em conta o interesse global da economia portuguesa, e que reequacione, com racionalidade, equilíbrio e bom senso, melhores formas de acautelar os legítimos interesses do pequeno comércio a retalho”.

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