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CIP quer programa de apoio à indústria financiado por fundos europeus

A confederação empresarial defende uma alteração na política industrial, para que sejam fomentadas soluções que suportem o desenvolvimento dos setores de bens transacionáveis. Estudo foi apresentado pelo presidente da CIP, António Saraiva.
6 Fevereiro 2018, 12h30

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal defendeu esta terça feira a criação de um programa de apoio ao desenvolvimento da indústria portuguesa de bens transacionáveis, financiado pelos fundos comunitários.

Esta proposta consta de um documento intitulado “O Conceito de Reindustrialização, Indústria 4.0 e política Industrial para o século XXI – O Caso Português” e pressupõe que o financiamento do novo programa seja feito pelos programas Portugal 2020, Programas Europeus Horizonte 2020, Cosme e Connecting Europe Facility (CEF).

A CIP considera que “o crescimento da economia portuguesa só será possível através do investimento em unidades produtivas de bens transacionáveis” e essa é a ideia que está na base deste novo programa de desenvolvimento da indústria e dos bens transaccionáveis, que se propõe seja “uma espécie de PEDIP para o século XXI, usando as adequadas políticas públicas (designadamente ao nível da clusterização, da investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação, do Financiamento, da Fiscalidade, da Energia e em geral da redução dos custos de contexto).

O Programa Específico de Desenvolvimento da Indústria Portuguesa (PEDIP) vigorou após a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE). Tinha um volume financeiro de cerca de 360 milhões de contos (cerca de 1,8 mil milhões de euros), para o período 1988-1992.

O documento, que tem nove capítulos, foi apresentado pelo presidente da CIP, António Saraiva, e pelo presidente do Conselho da Indústria Portuguesa da CIP, Luís Mira Amaral, que foi ministro da Indústria e Energia quando foi instituído o PEDIP.

O Conselho da Indústria Portuguesa da CIP integra 23 personalidades ligadas às empresas e à economia.

 

A política industrial 2.0

A confederação empresarial defende uma alteração na política industrial, para que sejam fomentadas soluções que suportem o desenvolvimento dos setores de bens transacionáveis.

A CIP diz ser necessária uma “política industrial que melhore o ambiente de negócios e que contribua para estruturar a economia dos setores, das atividades, das tecnologias e dos serviços que oferecem melhores perspetivas para o crescimento económico e para o nosso bem-estar”.

“A nova Política Industrial (a que chamamos Política Industrial 2.0 em contraponto à conceção tradicional) visará não só colmatar as falhas de mercado, mas também as chamadas falhas dos sistemas no que toca à inovação, mudança tecnológica e sistemas de financiamentos, antecipando/induzindo novos mercados com elevado potencial de crescimento”, aponta

“É possível alterar o paradigma de pobreza relativa em relação aos nossos parceiros europeus e de elevado endividamento do nosso país. Mas tal exige ética, estudo, competência e persistência, ou seja, trabalho sério e árduo”, acrescenta.

Para a CIP, “é aqui que se jogam a competitividade externa, o crescimento e o emprego. É, então, essencial e impõe-se nesta legislatura um novo programa de apoio focado nos bens e serviços transacionáveis”.

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