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Citigroup admite que paga quase 30% a menos às mulheres

Banco norte-americano anunciou que quis ser “transparente numa área crítica”, a das remunerações de todos os seus colaboradores. “Sabemos que precisamos de uma abordagem abrangente nas iniciativas de diversidade para fazer o progresso que queremos ver feito”, refere Sara Wechter, responsável dos Recursos Humanos.
23 Janeiro 2019, 18h30

O Citigroup admitiu que a remuneração média das suas trabalhadoras do sexo feminino é 29% inferior do que a dos colaboradores do sexo masculino, no conjunto de todas as suas subsidiárias. O banco norte-americano estudou a disparidade salarial dentro do grupo e divulgou publicamente os resultados porque pretende ser “transparente numa área crítica”.

O estudo em causa concluiu que salário médio para as mulheres é de 71% da média para os homens (ou seja, menos 29%). O objetivo a curto-prazo passa por aumentar a representatividade nos cargos mais altos para, pelo menos, 40% para mulheres e 8% para funcionários negros (no caso dos Estados Unidos) até ao final do próximo ano. Numa publicação no blog do ‘Citi’, assinado por Sara Wechter, dos Recursos Humanos, o banco com sede em Nova Iorque confessa que sabe que precisa “de uma abordagem abrangente nas iniciativas de diversidade para fazer o progresso” que quer ver feito.

A (auto)investigação parece tocar diretamente o board. É que, ao longo de 2017 o ordenado do CEO do Citigroup, Michael Corbat, aumentou 48%, para 23 milhões de dólares (cerca de 18,5 milhões de euros) anuais, sendo que um milhão de euros correspondeu à remuneração fixa e o restante montante a incentivos, como ações. A subida no salário de Michael Corbat, justificada pela instituição financeira com a sua “liderança excecional”, colocou o banqueiro no grupo de líderes (muito) bem pagos, onde consta, por exemplo, o seu homólogo da Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, que auferiu quase 19,3 milhões de euros em 2017, mais 9% face ao ano anterior.

Na semana passada, o Citigroup anunciou que os seus lucros do quarto trimestre de 2018 cresceram 25,7% em termos homólogos, para 1,61 dólares por ação. Apesar de este valor ter ficado acima do esperado pelos analistas (1,55 dólares), as receitas nesse período (17,1 mil milhões de dólares, cerca de 15 mil milhões de euros) não impressionaram: esperava-se 17,6 mil milhões de dólares (aproximadamente 15,5 mil milhões de euros). Os resultados líquidos foram de 4,3 mil milhões de dólares (3 mil milhões de euros) e as despesas operacionais de 9,89 mil milhões de dólares (-4%) ou 8,7 mil milhões de euros.

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