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Clubes da La Liga melhoraram desempenho desportivo com sistema de controlo económico

Com todos os clubes a trabalhar sob o mesmo mecanismo, há um maior equilíbrio competitivo que permite que equipas menores compitam com clubes historicamente maiores se tomarem decisões astutas.
  • Villarreal CF (2021)
29 Julho 2021, 13h19

Em 2013, a La Liga (Primeira Liga espanhola de futebol) e os clubes participantes criaram um sistema de controlo económico que garante que todas as equipas gastam dentro das suas possibilidades, quer seja em salários ou em transferências. Ao implementarem esta solução, foram muitos os benefícios práticos para os clubes espanhóis, acabando por criar um ciclo virtuoso que se mostrou forte o suficiente para resistir a uma circunstância perturbadora como a pandemia de Covid-19, segundo o portal “Soccerex”.

Num painel recente ‘Soccerex Connected 100’, o Diretor Geral Corporativo da La Liga, José Guerra, explicou como surgiu o controlo económico da competição e como este melhorou o futebol espanhol. “Os clubes estavam cientes que precisavam de um sistema para serem sustentáveis ​​a médio e longo prazo”, disse Guerra. “Foram os clubes que aprovaram o controlo, era algo que queriam para garantir que todos estivessem sujeitos às mesmas regras”.

Com todos os clubes a trabalhar sob o mesmo mecanismo, há um maior equilíbrio competitivo que permite que equipas menores compitam com clubes historicamente maiores se tomarem decisões astutas. O Granada CF é um dos exemplos mais recentes disso mesmo, tendo alcançado os quartas de final da Liga Europa 2020/21, apenas um ano após a promoção à primeira divisão do futebol espanhol.

Patricia Rodríguez, Conselheira do Granada CF, refletiu sobre o sucesso do seu clube e o papel que o controlo económico desempenhou. “O controlo económico tem sido muito importante para aumentar o equilíbrio competitivo”, disse Rodríguez. “Para um clube como o Granada, ou outros clubes de meio da tabela, permite-nos progredir de ano para ano.”

Para Rodríguez, o controlo económico ajudou a lançar um período de prosperidade, em parte porque abriu caminho para a venda centralizada e distribuição de dinheiro dos direitos televisivos em 2015. “Começamos a distribuir a receita de forma mais democrática e igualitária porque implicou um controlo de custos”, afirma a conselheira do Granada CF.

Embora o controlo económico impeça os clubes espanhóis de ultrapassar os limites de gastos, o nível geral de receitas e gastos aumentou no futebol espanhol nos últimos anos. Um dos principais fatores é que o controlo criou uma competição mais equilibrada e saudável, resultando num produto atraente no campo que também dá confiança aos investidores.

Alfonso Díaz, CEO de Negócios do RCD Mallorca, viveu isso em primeira mão com a entrada de novos proprietários no clube em 2016. “A preocupação histórica dos investidores quando querem investir em clubes de futebol é se há ou não transparência e profissionalismo, como além de analisar o problema de esconder dívidas dentro dos clubes”, referiu. “Os nossos novos proprietários descobriram que, após o início do controlo económico, tínhamos um ambiente transparente e controlado”.

O aumento da reputação do controlo económico da L aLiga também se aplica ao relacionamento com parceiros de transmissão, patrocinadores e instituições financeiras. “As emissoras podem estar confiantes porque se trata de um produto que não terá problemas económicos”, disse José Guerra. “É muito importante para as emissoras que tenham um produto estável para transmitir”.

“As instituições financeiras também estão confiantes na La Liga”, continuou o responsável da La Liga. “Eles sabem que o pagamento da dívida está incluído no nosso sistema de controlo económico, o que significa que os clubes vão cumprir as suas responsabilidades. Isso significa que estamos a criar um ciclo virtuoso, onde os clubes conseguem gerar lucros que podem ser usados ​​para investir em jogadores ou infraestrutura, sem criar dívidas”, conclui Guerra.

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