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CMVM levanta suspensão das ações da Cofina e Media Capital

Depois da Cofina ter admitido uma OPA sobre a Media Capital com recurso a auditor independente para fixar a respetiva contrapartida, eis que a CMVM levantou a suspensão da cotação quer da empresa de Paulo Fernandes quer da Media Capital, que tinha sido decretada a 14 de agosto.
  • Cristina Bernardo
16 Agosto 2019, 18h44

A CMVM deliberou o levantamento da suspensão das ações do Grupo Media Capital, SGPS e das ações da Cofina – SGPS na sequência da divulgação de informação relevante. Informação relevante essa que diz respeito ao comunicado que confirma a existência de negociações exclusivas do Grupo Prisa (dono da Media Capital que por sua vez detém a TVI) durante 30 dias com a Cofina de Paulo Fernandes para a venda de 94,69% da Media Capital, o que implicará necessariamente o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA).

As ações da Cofina e da Media Capital estavam suspensas desde o passado dia 14 de agosto, depois de o Expresso ter noticiado que a Cofina estava em negociações para comprar o canal de televisão TVI. O Expresso avançou que o grupo de Paulo Fernandes fechou um memorando para negociações exclusivas com a Prisa para a compra da TVI, a estação do grupo Media Capital.

No mesmo dia, e depois do pedido da CMVM, quer a Cofina, quer a Media Capital fizeram um comunicado ao mercado em que admitem negociações.

Mas as ações continuaram suspensas até que hoje a Cofina voltou a emitir um comunicado em que referem que “na sequência do comunicado ao mercado efetuado no dia 14 de agosto, e em resposta a uma solicitação de informação complementar dirigida pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários”, a Cofina esclarece que com a Prisa “encontram-se atualmente a negociar, em regime de exclusividade que vigora durante um período de 30 dias, que pode ser prorrogado por vontade das partes, os termos e condições de uma potencial aquisição, pela Cofina, da participação da Prisa na Grupo Media Capital SGPS”.

No âmbito de tais negociações, prevê-se que a Cofina venha a adquirir à Prisa a totalidade do capital social na Vertix, SGPS, sociedade comercial através do qual a Prisa detém ações representativas de 94,69% do capital social e dos direitos de voto da Media Capital. Em vez de proceder diretamente à aquisição da participação na Media Capital.

“Neste contexto, a Cofina encontra-se atualmente a rever documentação relativa à Vertix para, em conjunto com a Prisa, concretizar definitivamente o objeto do negócio e, correspondentemente, a respetiva avaliação”, confirma a dona do Correio da Manhã da CMTV e do Jornal de Negócios.

A Cofina admite lançar uma OPA à Media Capital e admite designar um auditor independente para fixar a contrapartida.

“Caso as negociações com a Prisa sejam concluídas com a celebração de um contrato de compra e venda – que incluirá os termos e condições que venham a ser acordados entre as partes para o negócio -, a Cofina procederá simultaneamente à divulgação de um anúncio preliminar de oferta pública de aquisição sobre as ações remanescentes da Media Capital”, diz o comunicado que justificou o levantamento da suspensão da cotação.

A Cofina explica que “atendendo, em particular, à reduzida liquidez das ações da Media Capital, a Cofina antecipa que, caso venha a ser anunciada uma OPA sobre a Media Capital, a CMVM designe um auditor independente para fixar a respetiva contrapartida”.

Recorde-se que há cerca de 2 anos, em julho de 2017, a Altice e Prisa acordaram compra da Media Capital por 440 milhões.

A dona do Meo viu o negócio falhar depois de não ter avançado com mais remédios junto da Autoridade da Concorrência (AdC), que levantou uma série de impactos negativos ao nível da concorrência.

Para esta integração a Cofina leva consigo ativos como o Correio da Manhã, a CMTV, o Jornal de Negócios ou a Sábado, que se juntam à TVI e à TVI24, bem como à Rádio Comercial e a produtora Plural. Mas o negócio terá de passar no crivo da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que tem direito de veto, bem como pelo da AdC. O mercado fala da possível venda do Correio da Manhã e CMTV ao diretor do diário, Octávio Ribeiro, que trazia consigo um investidor externo. Há rumores de mercado que dizem que o dono da TV Record está entre os potenciais investidores externos.

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