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CMVM revela que empresas recorreram mais a capital de risco para a expansão do que para o “turnaround”

“A relevância das empresas que pretendem reorientar a sua estratégia (turnaround) diminuiu 13,3% para 998,7 milhões de euros no final de 2019, enquanto o apoio à expansão e o capital de substituição aumentaram, respetivamente, 2,9% para 792,1 milhões de euros e 58,6% para 316,2 milhões, refere o relatório da CMVM.
16 Novembro 2020, 18h09

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários publicou hoje o “Relatório sobre a atividade de capital de risco” relativo a 2019. De entre as conclusões apontadas está o facto de ter diminuído a importância do capital de risco para dar a volta a empresas em dificuldades (turnaround), e ter ganho relevância para as empresas que precisaram de apoio à expansão e de capital de substituição.

“A relevância das empresas que pretendem reorientar a sua estratégia (turnaround) diminuiu 13,3% para 998,7 milhões de euros no final de 2019, enquanto o apoio à expansão e o capital de substituição aumentaram, respetivamente, 2,9% para 792,1 milhões de euros e 58,6% para 316,2 milhões de euros. O investimento em venture capital também aumentou 10,5% face ao ano anterior, em resultado do crescimento do valor investido em empresas que se encontram em fase de seed capital (+40,2%) e early-stage (+14,4%)”, revela a CMVM.

Das 1.165 transações que ocorreram em 2019, 64,8% corresponderam a aquisições no total de 263,2 milhões de euros, enquanto as alienações atingiram 464,1 milhões de euros, traduzindo-se num desinvestimento líquido de 200,9 milhões de euros (184,4 milhões de euros em 2018).

O setor de capital de risco reforçou o investimento em participações sociais, em detrimento do investimento via prestações acessórias e suprimentos, traduzindo assim um reforço das posições acionistas, diz a CMVM.

Observou-se ainda um aumento do valor investido em participações superiores a 80% do capital, que passou a representar 21,3% do valor total das participações (17,1% em 2018), conclui a análise.

No que diz respeito aos setores de atividade do investimento, as atividades de informação e comunicação, as imobiliárias e as de alojamento e restauração foram os principais setores de captura do valor investido em capital de risco, representando um terço da carteira de investimentos.

No relatório aprofunda-se o tema “O capital de risco e a dinamização do mercado e de entradas de empresas em bolsa”, que revela que a nível europeu os IPO representaram 11% do valor do desinvestimento em capital de risco em 2019, enquanto em Portugal a venda a terceiros tem sido a principal via de saída do capital de risco.

A análise apresenta também a caracterização efetuada pela OCDE sobre o capital de risco em Portugal e especifica as suas recomendações quanto à relevância das fontes alternativas de financiamento para a dinamização das empresas e da economia.

O relatório relativo a 2019, revela ainda que os ativos sob gestão do setor de capital de risco nacional cresceram 6,6%, para 5,1 mil milhões de euros. No final do ano passado, 52 sociedades e 135 fundos de capital de risco operavam no setor de capital de risco português, tendo o montante médio de ativos sob gestão por fundo sido de 36,0 milhões de euros, menos 3,5 milhões de euros face a 2018.

A CMVM refere que se trata de “uma edição que apresenta, face a anos anteriores, a informação de uma forma mais clara e objetiva facilitando a leitura das tendências do sector e que apresenta, pela primeira vez, um tema em destaque sobre o capital de risco”.

 

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