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Cofina/Media Capital: Acionistas das duas empresas deliberam hoje sobre compra da TVI

Os acionistas da Cofina e da Media Capital reúnem-se hoje em duas assembleias-gerais (AG) extraordinárias para aprovarem o negócio da venda da dona da TVI, pelos espanhóis da Prisa, à detentora do Correio da Manhã.
  • Presidente Executivo da Cofina, Paulo Fernandes
29 Janeiro 2020, 07h48

Segundo uma convocatória divulgada pela Cofina, os acionistas irão debater dois pontos: “deliberar sobre a alteração da redação do n.º 2 do artigo 4.º dos estatutos da sociedade, autorizando o Conselho de Administração para aumentar o capital social da sociedade, com definição de condições de exercício da referida autorização”, e um outro ponto com mais alterações estatutárias, nomeadamente sobre o funcionamento da administração. A Cofina vai realizar um aumento de capital de até 85 milhões de euros.

Também hoje, os detentores de títulos da Prisa reúnem-se em Madrid, para aprovar a venda da Vertix, que detém 94,96% da Media Capital, à empresa liderada por Paulo Fernandes e outros dois pontos: a ratificação da nomeação de María Teresa Ballester Fornés como diretora independente da Prisa e uma delegação de poderes.

Em 30 de dezembro, a Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou a sua não oposição à compra da Media Capital pela Cofina, que era uma das condições da dona do Correio da Manhã para o sucesso da oferta.

No anúncio preliminar de lançamento da oferta pública de aquisição (OPA), a Cofina fez depender o sucesso da operação de um conjunto de condições prévias, entre as quais a não oposição por parte da AdC, a autorização da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a aprovação, pela assembleia-geral da espanhola Prisa, da transação, bem como a aprovação e execução de um ou mais aumentos de capital social da dona do Correio da Manhã para financiar a compra da Media Capital.

Em 23 de dezembro, a Cofina anunciou ter acordado com a Prisa a redução do preço da compra em 50 milhões de euros face aos 255 milhões de euros [‘enterprise value’] comunicados em 21 de setembro. Ou seja, o preço de aquisição é agora de 123,29 milhões de euros, o que corresponde a um ‘enterprise value’ (inclui a dívida da dona da TVI) de 205 milhões de euros.

Pela transação, a Prisa irá receber 123,9 milhões de euros, menos 27% que o previsto inicialmente, o que representa um prejuízo para a editora do El País de 54,3 milhões de euros nas suas contas relativas aos primeiros nove meses do ano.

A venda da Media Capital está também condicionada à renúncia por parte de vários credores financeiros da Prisa.

O grupo Cofina detém, além do Correio da Manhã e do Record, a CM TV, o Jornal de Negócios, a revista Sábado, entre outros títulos.

Por sua vez, a Media Capital conta com seis canais de televisão e a plataforma digital TVI Player. Além da TVI, canal generalista em sinal aberto, conta com a TVI24, TVI Reality, TVI Ficção, TVI Internacional e TVI África.

A Media Capital tem também rádios, onde se inclui a Comercial.

A Cofina estima que a compra da dona da TVI esteja concluída no primeiro trimestre deste ano e que represente sinergias de 46 milhões de euros.

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