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Cofina/Media Capital: CMVM levanta suspensão de negociação das ações

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) levantou a suspensão da negociação das ações do Grupo Media Capital e da Cofina, após a dona do Correio da Manhã ter chegado a acordo para comprar a empresa que detém a TVI.
  • Presidente Executivo da Cofina, Paulo Fernandes
23 Setembro 2019, 08h24

Em comunicado divulgado hoje, a CMVM justifica com a “divulgação de informação relevante” a decisão de levantar a suspensão, decretada na semana passada, da negociação das ações tanto do Grupo Media Capital como da Cofina.

Esta decisão surge depois de, no sábado, a Cofina SGPS ter anunciado que chegou a acordo com a espanhola Prisa para comprar a totalidade das ações que detém na Media Capital, valorizando a empresa em 255 milhões de euros.

Em comunicado enviado à CMVM, a Cofina explicou que, na sequência da celebração, no dia 20 de setembro, de um contrato de compra e venda de ações com a Prisa – Promotora de Informaciones para a compra de ações da totalidade da Vertix SGPS, que detém 94,69% dos direitos de voto da Media Capital, a dona do Correio da Manhã vai lançar uma Oferta Pública geral e voluntária de aquisição (OPA) sobre a totalidade das ações da dona da TVI.

“O objeto da oferta é constituído pela totalidade das 84.513.180 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 1,06 euros, representativas do capital social e dos direitos de voto da sociedade visada”, refere a Cofina.

“No entanto, considerando que a Vertix declarou a sua intenção de não aceitar a oferta, as 80.027.607 ações por si detidas foram na presente data, em conformidade com o contrato de compra e venda, objeto de uma instrução irrevogável de bloqueio (…), pelo que a oferta, ainda que geral, apenas poderá ser aceite pelos titulares das restantes 4.485.573, representativas de 5,31% do capital social”, prossegue.

A Cofina adianta que a contrapartida oferecida é de 2,3336 euros por ação, “a pagar em numerário, o que, tendo em consideração o número de ações objeto da oferta, corresponde a um valor total da oferta de 10.467.533,1528 euros, ao qual se deduzirá qualquer montante (ilíquido) que venha a ser atribuído a cada ação, seja a título de dividendos, de adiantamento sobre lucros do exercício ou de distribuição de reservas, fazendo-se essa dedução imediatamente a partir do momento em que o direito ao montante em questão tenha sido destacado das ações e desde que tal ocorra antes da liquidação da Oferta”.

O acordo com a espanhola Prisa, a compra da totalidade das ações da Media Capital valoriza empresa em 255 milhões de euros (‘enterprise value’, o que corresponde ao valor da compra mais a dívida).

Também em comunicado, a Prisa informou que a administração do grupo espanhol “acordou vender à Cofina a totalidade da participação” que detém na sua “filial Vertix SGPS”, que detém 94,69% da cotada Media Capital, “sobre a base de um valor de empresa [‘enterprise value’] desta última de 255 milhões de euros, o que pressupõe um preço de 170.635.808,30 euros pela participação indireta da Prisa” na dona da TVI.

Segundo as estimativas da Prisa, esta transação pressupõe perdas (em termos contabilísticos) de “76,4 milhões de euros” nas contas consolidadas do grupo espanhol.

O contrato de compra e venda está sujeito à não oposição da Autoridade da Concorrência, à autorização da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), à aprovação, pela assembleia-geral da Prisa, da transação, à aprovação da operação prevista a prestar por credores da Prisa, em conformidade com os termos e condições de financiamentos em que o grupo espanhol e a Vertix são partes, bem como à “aprovação e execução de um ou mais aumentos de capital social do oferente por novas entradas em dinheiro, no montante necessário para, conjuntamente com a parcela de financiamento bancário a contrair” pela Cofina “financiar a aquisição” da participação da Prisa.

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