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Com a maior integração das economias europeias, Draghi apela à rápida conclusão da união bancária

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) vincou a necessidade da rápida conclusão não apenas da união bancária, mas também da união dos mercados de capitais. Além disso, também defendeu a célere transição “das políticas orçamentais, baseadas num sistema de regras, para um sistema institucional com competência orçamental”.
  • Kai Pfaffenbach/Reuters
18 Junho 2019, 11h17

As valências do mercado único foram demonstradas especialmente nos tempos mais recentes, destacou Mario Draghi no Fórum BCE em Sintra, onde defendeu a rápida conclusão da união bancária.

“Imaginem onde estaria atualmente o mercado único, depois da crise financeira mundial e do surgimento do protecionismo, se todos os países na Europa fossem livres para ajustar as taxas de câmbio”, disse Mario Draghi, presidente do BCE. “Ao invés, as nossas economias, integradas e convergidas, fizeram face ao maior desafio desde a Grande Depressão”.

“A lógica manda que, quanto mais integradas se tornam as nossas economias, mais rapidamente se deveria concluir a união bancária e a união dos mercados de capitais”, referiu o presidente cessante do BCE.

Mais: também “depressa deverá operar-se a transição das políticas orçamentais, baseadas num sistema de regras, para um sistema institucional com competência orçamental”, frisou.

Duas décadas após a introdução do Euro, a convergência entre os Estados-membros aumentou consideravelmente, relembrou Mario Draghi. “Os desalinhamentos das taxas de câmbio entre os países da zona euro são cerca de metade dos que são registados seja nas economias desenvolvidas com taxas de câmbio flexíveis (…) e caíram cerca de 20% na segunda década da União Económica e Monetária, por comparação com os primeiros dez anos”, adiantou o ainda líder do BCE.

Além disso, Mario Draghi referiu que a diferença do crescimento económico entre os países da zona euro caiu desde 1999 – ano em que o Euro foi introduzido – , equilibrando-se e, desde 2014, “é comparável à diferença de crescimento entre os estados que compõem os Estados Unidos”. Tal aconteceu devido às cada vez mais integradas cadeias de valor na Europa, “com os países da União Económica e Monetária (UEM) atualmente mais integrados entre si do que os Estados Unidos ou a China estão integrados com o resto do mundo”, explicou o líder do BCE. “A maioria dos países da UEM exportam mais entre si do que com os Estados Unidos, a China ou a Rússia”, disse.

O presidente do banco central falou na manhã desta terça-feira, no Fórum BCE, evento que se realiza até quarta-feira, em Sintra, e abordou a necessidade de acelerar a conclusão da união bancária e da união dos mercados de capitais num contexto de maior integração económica no seio da zona euro.

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