[weglot_switcher]

Comissão de Inquérito ao roubo de Tancos inicia trabalhos com visita aos paióis

A visita marca o arranque os trabalhos da comissão, que deverá ouvir ainda esta semana os coronéis de infantaria Manuel Vieira Esperança e Francisco Ferreira Duarte.
8 Janeiro 2019, 07h49

A Comissão Parlamentar de Inquérito ao furto de material militar em Tancos vai visitar esta terça-feira os Paióis Nacionais de Tancos e do Campo Militar de Santa Margarida, para onde foi transferida parte do material após o roubo. A visita marca o arranque os trabalhos da comissão, que deverá ouvir ainda esta semana os coronéis de infantaria Manuel Vieira Esperança e Francisco Ferreira Duarte.

A comissão, que se reúne duas vezes por semana, deve ouvir, até maio, 63 pessoas e entidades, incluindo o primeiro-ministro, António Costa, que deverá responder, por escrito, às questões dos deputados. O objetivo é “identificar e avaliar os factos, os atos e as omissões” do Governo “relacionados direta ou indiretamente com o furto de armas em Tancos”.

O furto do material militar foi detetado no final de junho de 2017. Na lista do arsenal roubado encontravam-se quase 1.500 munições de nove milímetros, mais de 100 granadas de mão de diversas valências, 44 granadas-foguete antitanque de 66 mm e vários explosivos de elevada potência. O material foi depois encontrado na zona da Chamusca, a 21 km dos paióis de Tancos, à exceção de munições de nove milímetros, que nunca chegaram a aparecer.

A investigação do Ministério Público ao caso, designada ‘Operação Húbris’, levou à constituição de nove arguidos: sete militares e dois civis. Entre os detidos encontra-se o diretor-geral da Polícia Judiciária Militar, Luís Vieira, e vários membros da GNR.

A proposta de abertura de uma comissão de inquérito sobre Tancos foi apresentada pelo CDS-PP, que “desde o início” considerou que “o incidente se afigurava tão grave quanto preocupante”. Grave porque constituía – e constitui – o maior assalto a armamento militar deste século no continente europeu. Preocupante porque, 15 meses depois, permanece por esclarecer o que verdadeiramente aconteceu”, lê-se na exposição dos motivos para a constituição da comissão de inquérito, apresentada pelo partido na Assembleia da República.

A abertura da comissão foi aprovada no final de outubro, contando apenas com a abstenção do PCP e do PEV. A comissão tem o prazo de 180 dias, até maio deste ano, para chegar a conclusões. O prazo é prorrogável por mais 90 dias. Para esta semana, estão agendadas duas audições: uma ao coronel de infantaria Manuel Vieira Esperança, no dia 9, e o também coronel de infantaria Francisco Ferreira Duarte, no dia 10.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.