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Comissão de trabalhadores do BCP “repudia” plano das 800 rescisões amigáveis

Na segunda-feira, a administração do banco recebeu 1,2 milhões de ações do banco compradas por 178 mil euros. Os representantes dos trabalhadores posicionaram-se igualmente contra, declarando esta sexta-feira que a atribuição é “uma afronta para todos”.
2 Julho 2021, 15h15

A comissão de trabalhadores (CT) do Banco Comercial Português (BCP) manifestou esta sexta-feira o seu “repúdio” quando ao plano de ajustamento de pessoal anunciado em meados de junho.

Tal como noticiou o Jornal Económico, depois das reuniões com os sindicatos saíram as condições para a redução de entre 800 e mil pessoas. Entre essas condições está o pagamento de uma indemnização de 1,4 ordenados por ano de trabalho. Inicialmente o BCP queria propor 1,3 ordenados, mas na sequência da reunião com sindicatos subiu o valor a pagar pelas saídas voluntárias.

2Não compreendemos, não concordamos, nem aceitamos que, em altura de lucros o BCP esteja a apresentar um plano desta natureza, em que pretende ‘dispensar’ cerca de 1.000 trabalhadores. Há muitas formas de cortar nos gastos que não passam pelo despedimento de pessoas, colocando assim estes trabalhadores bancários e suas famílias numa situação de flagelo social e contribuindo para uma degradação evidente da economia nacional”, defende a CT.

A comissão recorda que estes trabalhadores, a partir de 2014, tiveram cortes na remuneração mensal efetiva que serviria para “poupar 400 postos de trabalho, o que efetivamente não se veio a verificar, permitindo assim ao banco fazer poupanças de uns milhões, de acordo com o alegado na altura, alegadamente fundamentais para a sobrevivência da instituição”.

Os representantes dos trabalhadores dizem que não compactuam com estas ações, sobretudo porque o Millennium bcp reporta lucros, mesmo em tempos de pandemia. Assim, apresentaram logo uma reclamação junto da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

Na segunda-feira, a administração do BCP recebeu 1,2 milhões de ações do banco compradas por 178 mil euros, depois de uma entrega de 2.899.540 ações aos administradores executivos, dirigentes e colaboradores do grupo, adquiridas no âmbito do Regulamento sobre Remuneração Variável e considerando o regime fiscal específico de cada um dos beneficiários. A CT posicionou-se igualmente contra, declarando que esta atribuição é “uma afronta para todos”, principalmente para os funcionários que a ser receber “convites para rescisão”

A CT do BCP pediu audiências ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a todos os grupos parlamentares, à UGT e à CGTP-IN.

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