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Comissão Executiva da TAP ouvida hoje no Parlamento sobre prémios polémicos

Em causa está a decisão da comissão executiva da TAP de atribuir prémios a alguns trabalhadores, após terminar o exercício de 2018 com prejuízos de 118 milhões de euros.
18 Julho 2019, 07h40

A comissão executiva da TAP vai esta quinta-feira ser ouvida na Assembleia da República sobre prémios polémicos atribuídos a trabalhadores, após terminar o exercício de 2018 com prejuízos. O requerimento para ouvir a comissão executiva da transportadora aérea foi apresentado pelo Bloco de Esquerda (BE), que classificou como “inaceitável” a decisão e exigiu esclarecimentos.

“A nossa opinião é que a política de prémios de mais de um milhão de euros numa empresa que é maioritariamente pública e que apresenta um prejuízo de mais de 100 milhões de euros é completamente injustificado, imoral e inaceitável”, afirmou o deputado do BE Heitor de Sousa, em reação à decisão da comissão executiva da TAP, presidida por Antonoaldo Neves.

Os bloquistas apresentaram um requerimento oral para ouvir a comissão executiva da companhia área na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Em causa está o pagamento de 1,171 milhões de euros em prémios por parte da TAP a 180 pessoas, incluindo dois de 110 mil euros atribuídos a dois quadros superiores. O montante foi atribuído juntamente com o salário de maio destes colaboradores, após o grupo TAP ter apresentado um prejuízo de 118 milhões de euros em 2018.

A decisão de atribuir estes prémios partiu da comissão executiva da TAP, presidida por Antonoaldo Neves, que, segundo o Governo, não terá informado o conselho de administração.

Para os bloquistas, “o Estado assumiu o controlo maioritário acionista da empresa, mas afirmou claramente que a gestão seria privada e continuaria a ser privada”. “São decisões inaceitáveis que tudo fazem para impedir que o controlo público da empresa se possa exercer plenamente quando o controlo maioritário acionista é do Estado”, criticou Heitor de Sousa.

O BE defende que o Governo deveria “procurar corrigir imediatamente este padrão de gestão privada que um acionista tem na empresa e procurar condicionar a gestão da empresa de acordo com os objetivos de serviço público e do interesse público”.

A operação de reprivatização da TAP foi finalizada em junho de 2017 pelo Governo de António Costa, tendo o Estado passado a deter 50% do capital social da TAP e recuperado o controlo estratégico da companhia aérea.

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