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Como a rede 5G pode arruinar as previsões meteorológicas. Vamos recuar até 1980

Com o avanço desta tecnologia, poderemos retroceder no tempo até três décadas, sendo que as previsões só terão 30% de fiabilidade. Assim, a capacidade de prever a trajetória de furacões e tempestades tropicais poderá ser igual à de 1980.
  • NASA
29 Maio 2019, 17h59

A rede móvel 5G promete revolucionar o futuro com velocidades da internet que poderão competir com a fibra ótica, além de abrir caminho aos veículos inteligentes e autónomos. No entanto, há um problema com que ninguém parece ter contado: desenhada para a atualidade, esta nova tecnologia pode arruinar as previsões meteorológicas, noticia o ‘El Mundo’.

Com o avanço desta tecnologia, poderemos retroceder no tempo até três décadas, sendo que as previsões só terão 30% de fiabilidade. Assim, a capacidade de prever a trajetória de furacões e tempestades tropicais poderá ser igual à de 1980. Em causa, está a frequência de 24GHz, que apesar de transmitir informação com uma maior velocidade, o alcance e a eficácia são menores perante obstáculos.

Os meteorologistas conseguem captar o movimento das nuvens com alto grau de precisão e o vapor de água através da frequência 23,8 GHz, sendo que os satélites estão constantemente a recolher informação e imagens. Com a proximidade entre as duas frequências, os meteorologistas temem que os satélites não sejam capazes de recolher a mesma informação com a claridade necessária.

Quem alertou para esta contrariedade foram os meteorologistas dos EUA, embora a informação se perca nos restantes países, uma vez que a frequência é igual no planeta. As principais organizações estão a pedir a redução da potência de emissão destas frequências ou uma maior distribuição do espectro. No entanto, a redução da potência de emissão iria obrigar a instalar mais antenas de forma a cobrir as áreas mais povoadas.

Os responsáveis por esta área dos EUA esperam chegar a um compromisso, mas até lá pedem que não se implante a rede 5G até que se avalie o seu impacto. Neil Jacobs, responsável da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA diz estar otimista e acredita que “se vá chegar a uma solução elegante”.

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