O defesa internacional português Pepe saiu do Besiktas após rescisão de contrato com o clube turco mas o que parece ser um ato isolado, pode mostrar algo profundamente grave e sistémico para todo o futebol da Turquia. A crise cambial que marcou o ano de 2018 teve consequências diretas no futebol profissional turco com os grandes emblemas da designada Superliga a ressentirem-se do facto de, durante ano, terem acumulado enormes dívidas, sendo que os salários dos jogadores estrangeiros constituem uma parte significativa desses gastos correntes em euros.
A saída de Pepe, antes do fim do contrato que o ligava ao Besiktas, é um sinal claro que as grandes equipas da Turquia estão a atravessar uma situação complexa que está a fazer com que a liga turca deixe de ser atrativa para os melhores jogadores. Inclusivamente, da Turquia chegam relativos de que o internacional português, antes de sair do clube, pagou do seu próprio bolso os salários de alguns funcionários do clube.
Além da crise cambial, o Besiktas também enfrenta uma investigação por parte da UEFA que, desde 2015, sancionou o clube turco com a imposição de multas e limitações na inscrição de jogadores nas competições europeias.
Mas o Besiktas não está sozinho na ‘liga da crise turca’ já que, desde 2016, Fenerbahçe e Trabzonspor acordaram um calendário no sentido de reduzir a sua dívida e cumprir com objetivos de estabilidade financeira. E o Galatasaray? Já foi expulso das competições europeias durante um ano mas o incumprimento das regras do Fair Play financeiro deve antever novas sanções por parte da UEFA.
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