O empreendedor norte-americano David Kidder esteve esta sexta-feira na Web Summit a explicar como é que as organizações podem criar empreendedores – ou seja, aproveitar a prata da casa para inovar. Na sua opinião, o caminho passa por mover as respostas que as empresas procuram “de fora para dentro”.
“Temos de acabar com o vício de estarmos corretos, quando damos às nossas equipas e aos nossos clientes as respostas, em vez de criar questões, aprender, descobrir, até porque no fim quem aprende mais rápido ganha”, explicou o cofundador e CEO da Bionic, uma aceleradora plataforma de inovação corporativa.
A teoria de David Kidder é que a mentalidade da transformação central deve evoluir de uma visão T.A.M. do mundo para uma visão T.A.P. – i.e. Total Addressable Market (mercado totalmente alcançável) para Total Addressable Needs + Problem (necessidades totalmente alcançáveis + problema).
O diretor executivo da Bionic admite que este processo, que requer uma redefinição dos dados e da cultura, é “difícil” e “não há balas de prata”. É preciso líderes que conseguem criar soluções. E para as startups, há uma regra com base em “cinco lentes” sobre “como apostar a sua vida” – um caminho que tem sido seguido por empresários como Elon Musk ou Robin Chase.
Os cinco são: presentes proprietários (instinto: buscar vantagens injustas), foco extremo (instinto: eliminar opções), analgésicos (instinto: procurar a dor crónica), 10x melhor (instinto: criar diferenciação radical), criar permanência (instinto: ganchos com farpas)
“Acho que todos nós estamos sob uma transformação radical. As das forças externas da pandemia e as mudanças de mercado estão realmente a moldar todas as organizações. As coisas que nós aperfeiçoámos ao longo dos últimos 20 ou 30 anos para criar resiliência e notabilidade estão agora desfeitas”, destacou David Kidder.
A seu ver, uma gestão micro e bons sistemas operacionais não conseguem resolver tudo. O especialista defende que a sociedade temos de entrar numa era onde é preciso “reconstruir”
“Mas olhando para o que temos hoje, um mecanismo de eficiência de grande para maior que é construído a partir do planeamento e da otimização, já não trará as respostas quando a disrupção estiver a conduzir o nosso futuro. Elas virão da capacidade de entrar no novo debate, aquela descoberta de capacidades, de zero a 100 milhões de dólares, lançando novas soluções para as novas necessidades do mundo”, argumentou.
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