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Como investir em criptomoedas

Bitcoin, ethereum, ICO… Não é fácil dar o primeiro passo no mercado criptográfico. As opções são muitas, mas cuidado, pois também há riscos.
  • Cristina Bernardo
14 Janeiro 2018, 15h00

Porquê?
As criptomoedas não nasceram no ano passado, mas foi em 2017 que entraram definitivamente no léxico até dos mais leigos. A razão foi o disparo da bitcoin e o aparecimento de uma série de outras criptomoedas (são já quase 1.400).
A resposta mais óbvia à primeira pergunta prende-se com a possibilidade de retornos muito simpáticos. Por exemplo, quem tivesse uma bitcoin no dia 1 de janeiro de 2017, seria detentor do equivalente a 998 dólares. Exatamente um ano depois, a mesma bitcoin valia 14.500 dólares.
Mas há mais razões para comprar estes ativos. No modelo financeiro atual, a transferência de capitais entre pessoas ou empresas implica necessariamente intermediários, uma realidade que a bitcoin quer mudar, eliminando estas entidades. Pretende também ser uma forma de transferência de valor mais rápida, anónima e transparente.

O quê?
O diretor de estratégia de ativos digitais da VanEck, Gabor Gurbacs, considera que “o crescente número de ativos digitais além da bitcoin e aumento da diversificação no espaço de ativos digitais mostra porque é que se deve considerar monitorar não só a bitcoin, mas um cesto de ativos digitais”.
Por um lado, a bitcoin é mais conhecida e, por isso, mais fácil de acompanhar. Por outro, outras criptomoedas ainda em crescimento terão maior potencial de valorização, mas podem ser um investimento mais arriscado.
Gurbacs aconselha que se acompanhem plataformas de comparação como a CryptoCompare ou os índices MVDA10 e MCDA25 do MV Index Solutions. Há numerosos sites onde se pode acompanhar a evolução (como o Coin Market Cap ou o Coin Desk), enquanto no caso das ICO existem plataformas como o ICO Alert.

Como?
Independentemente da altcoin que se queira adquirir, o primeiro passo é sempre comprar bitcoin. Depois de ter bitcoins (ou mais provavelmente parcelas de uma bitcoin) em carteira, é possível trocar por outras criptomoedas.
As transações são muitas vezes alvo de ataques informáticos pelo que é importante escolher uma plataforma de exchange em que se confie na segurança, experiência, velocidade, mas também variedade. Entre os principais portais estão o Coinbase, o Binance ou o xCoins. O CEX e o Bitfinex também são bastante conhecidos, mas devido à escalada de procura, novos registos estão temporariamente suspensos.

Porque não?
A principal razão para não investir em criptomoedas é o risco. Além de terem valorizado muito em 2017, também foram muito voláteis. De África, aos Estados Unidos, passando pela Europa, numerosos bancos centrais e reguladores alertam que é um investimento de risco.
No caso de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) considera que a proteção para os investidores em criptomoedas é muito “limitada”, identificando como principais fatores de risco “as falhas de segurança, a fraude, o modelo de negócio e os riscos reputacionais”.
Há outras razões que podem repelir investidores: há quem veja estes ativos como avaliados muito acima do preço e antecipe uma bolha pronta a rebentar, mas também quem considere que não tendo valor intrínseco, não podem ser avaliados. Os especialistas na matéria sublinham ainda a tentação do FOMO (fear of missing out). Se a razão for essa, talvez não seja boa ideia entrar no jogo.

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