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Como o 5G vai mudar a forma de trabalhar

Além da maior conectividade, toda a experiência dos internautas será transfigurada com a rede móvel de quinta geração. Empresas de telecomunicações explicam que a transição não será imediata.
30 Maio 2020, 10h00

O processo de rede móvel de quinta geração (5G) em Portugal está suspenso, mas o Governo garante que “haverá condições” para retomar entretanto a migração da TDT na faixa dos 700 MHz de frequência. Entretanto, as operadoras garantem que estão a trabalhar nas infraestruturas e pilotos capazes de receber esta tecnologia. Se para a experiência de conectividade das consumidores e dos gamers o 5G afigura-se transformador para a dos trabalhadores, do setor financeiro à construção civil, não será diferente. Até a telescola e a telemedicina, que hoje – pelo menos, em Portugal – são utilizadas apenas em circunstâncias necessárias, irão adquirir outra importância nos quotidianos, uma vez que a rede terá mais velocidade e cobertura, inclusive em zonas predominantemente mais rurais, onde a qualidade ou rapidez dos serviços de comunicações não é tão boa como nas regiões urbanas, conforme confirmaram recentemente os relatórios da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) sobre o Alentejo e o Norte. Porém, a transição não será imediata.

“Deverá acontecer gradualmente ao longo dos próximos cinco anos, permitindo não só o teletrabalho como o conhecemos atualmente, mas também fazendo com que este evolua para cenários que não imaginávamos serem possíveis, como, por exemplo, engenheiros civis a visitarem obras a partir de suas casas, através de aplicações de realidade virtual ou aumentada que exigem ligações com tempos de resposta muito baixos, algo que só o 5G pode oferecer”, explica fonte oficial da Vodafone ao Jornal Económico (JE).

Para a Altice Portugal, a agilidade e rapidez “são características que se vão assumir como essenciais para a experiência que se viverá após o lançamento do 5G, uma vez que esta será uma rede muito mais exigente no que respeita ao volume de informação”. “A transição para a quinta geração móvel será mais revolucionária do que foi a mudança para o 4G. Não se trata apenas de um upgrade das velocidades de conexão à rede móvel mas sim de toda uma nova experiência tecnológica que vai permitir a muitas empresas revolucionar os seus modelos de negócio, tornando-os mais eficazes, produtivos e rentáveis”, clarifica a ‘telecom’ liderada por Alexandre Fonseca ao JE.
Num dos painéis da 17ª edição da Huawei Global Analyst Summit, que se realizou esta semana em Shenzhen, o tema também foi referido. “Julgo que todos aqui experienciaram teletrabalho nos últimos tempos, derivado da pandemia de Covid-19. Há muita procura. As pessoas estão a querer cada vez menos latência e maior conectividade e o 5G pode ter um papel fundamental até na área da segurança”, disse Shawn Sheng, vice presidente da área de Handsets Product Line da tecnológica chinesa, num discurso que foi transmitido online e ao qual JE assistiu.

Nestes últimos dois meses, a Altice Portugal viu-se desafiada a reforçar e a atualizar as suas redes porque o confinamento levou as pessoas a navegar na internet, a consumir dados e a utilizar os serviços de telecomunicações a níveis recordistas. Aliás, país registou a 16 de março de 2020 um tráfego máximo de 122 gigabits por segundo, o maior número do último ano. O disparo do uso da rede móvel e fixa durante o Estado de Emergência era um cenário antecipado pelas duas empresas de telecomunicações. “Foi graças a este investimento na qualidade e na capacidade das redes que servem o país, transversal a todo o setor, que os portugueses têm conseguido trabalhar a partir de casa e que as empresas nacionais tenham conseguido contribuir para assegurar a segurança dos seus colaboradores”, refere, por sua vez, a Vodafone. Daqui para a frente, mais gigabits serão.

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