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Como uma ‘startup’ portuguesa vai dar ‘nova vida’ a restos de tecidos de marcas

Com um investimento inicial de 50 mil euros e com o início de vendas previsto para o final de janeiro, o projeto recebeu o nome de “The Thinker and the Sinner”, que na tradução para português resulta em “O Pensador e o Pecador”.
9 Dezembro 2018, 12h21

Dois portugueses lançaram uma ‘startup’ de moda centrada na economia circular, o que quer dizer que reaproveitam tecidos de marcas de “grande notoriedade e prestígio” e criam peças de decoração com a técnica de ‘patchwork’.

Com um investimento inicial de 50 mil euros e com o início de vendas previsto para o final de janeiro, o projeto recebeu o nome de “The Thinker and the Sinner”, que na tradução para português resulta em “O Pensador e o Pecador”.

Na base do ‘batismo’ está a visão dos fundadores António Peres e Paulo Julião sobre qual o público alvo da sua ‘startup’: “São os “pecadores”, os “sinners”, que fazem um investimento numa peça decorativa e que não se deixam vencer pelo lado pensador. Tudo vale no prazer de possuir um dos nossos produtos, super aspiracionais, com garantia de qualidade de seis meses”.

A ‘montra’ deste projeto vai ser feita com objetos fabricados a partir de tecidos de marcas de “grande notoriedade e prestígio”, que não fazem saldos, dada a “exclusividade das coleções e do nível de preços praticados”, explicam os empresários, que notam também a falta de uma “política sistematizada em matéria de gestão dos restos de coleção”.

“A nossa marca nasce também por isso e na necessidade social de maior enfoque na economia circular”, acrescentam os fundadores à agência Lusa, afirmando o “grande objetivo” de produzir produtos em ‘patchwork’ através da reciclagem dos restos de coleção e exclusivos, comercializados pela própria rede de lojas, em regime de monomarca.

“Atualmente somos obrigados a cruzar diversos tecidos oriundos de diversas origens, criando produtos multimarca”, explicam António Peres e Paulo Julião, garantindo que as parcerias serão vantajosas para todas as partes nesta promoção de reciclagem e do desperdício zero.

As vendas vão começar oficialmente no final do primeiro mês de 2019 numa “plataforma de ‘e-commerce’ [comércio eletrónico] em desenvolvimento” e as “previsões apontam para valores de venda em lojas multimarca e ‘online’ na ordem de 40 mil euros, com um crescimento de três dígitos em 2020”.

“Até ao momento, a nossa preocupação foi acima de tudo testar técnicas de trabalho e formação em ‘patchwork’ e reciclagem de tecidos, criatividade e inovação”, relatam.

Quanto ao teste de mercado, “as reações são muito positivas” face a um produto de preço elevado, à “natureza do produto e forte especialização técnica de confeção manual”. “São peças únicas e irrepetíveis”, notam.

A ‘startup’ conta com uma equipa própria, num total de sete pessoas, e um atelier de criação e confeção e “existem já hoje condições para a criação da primeira escola neste setor”.

À questão sobre a internacionalização, os fundadores respondem que tudo depende da capacidade de mobilizar as marcas para que lhes façam chegar os restos de tecidos não utilizados.

“Em troca, forneceremos em exclusivo esses produtos com essas marcas e chegaremos à monomarca, que acreditamos terá tendência a ganhar terreno face ao produto multimarca atual. Se analisarmos as marcas mais aspiracionais e prestigiadas, o ‘patchwork’ é, neste momento, uma tendência criativa mundial”, garantem.

E para voltar à tradução para língua portuguesa, ‘patchwork’ é uma técnica que une tecidos.

Em bom português, a empresa anunciou também que 10% das vendas do próximo ano serão doadas a duas associações nacionais: 5% à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e 5% às Mulheres de Vermelho.

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