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Conferência Blockspot: blockchain, a ferramenta de um futuro que já está aí

Com um denominador comum, e a defesa de que a blockchain é uma tecnologia com aplicações mais vastas do que apenas a transação de criptomoedas, os oradores abordaram áreas onde a tecnologia pode ser implementada melhorando a performance das empresas.
13 Novembro 2018, 07h35

A tecnologia blockchain, e o seu potencial nas mais variadas esferas da sociedade, é o tema central da segunda edição da conferência europeia promovida pela Blockspot que arrancou esta segunda-feira e se prolonga até amanhã, dia 13, em Lisboa, e da qual o Jornal Económico é Media Partner.

Numa parceria com a Bright Pixel, o IBEROJUR, o IPN, a Startup de Braga e a ASSOFT, este evento reúne mais de 40 especialistas de todo o mundo que trazem até à capital portuguesa as suas experiências num universo específico que pode ser um “ilustre desconhecido” para muitos mas que, paulatinamente, tem vindo a ganhar relevância.

Com um denominador comum, e a defesa de que a blockchain é uma tecnologia com aplicações mais vastas do que apenas a transação de criptomoedas, os oradores abordaram áreas onde a tecnologia pode ser implementada melhorando a performance das empresas e a vida da sociedade, nomeadamente, na indústria do gaming, nas áreas empresarial, legal, banca e investimentos, saúde, Internet of Things (IoT) e Inteligência Artificial (IA), e no desenvolvimento de software.

Com um caminho difícil e repleto de desafios, a discussão sobre esta ferramenta de desenvolvimento tão disruptiva, ainda se faz em torno de questões de fundo, como é o caso do controlo de dados. Graham de Barra, CEO da Festy, a desenvolver uma solução de pagamento assente na blockchain há cerca de dois anos, afirma convicto que, se por um lado, “no século XXI, os dados se tornaram o ativo mais valioso”, as pessoas, se assumem como a nova ‘commodity’, sublinha o especialista. Numa ascensão enquadrada na espiral de consumo em que vivemos, na qual as pessoas optam, cada vez mais, por fazer pagamentos com cartão, a que acresce a pressão das questões da proteção de dados e da segurança, a blockchain, assim defende Graham Barra, pode ser usada para esta área específica dos pagamentos, assegurando uma resposta adequada a todos estes desafios, “assim seja construída de raiz e da forma mais ajustada a cada cenário”, complementa.

Ilustrado com o exemplo da primeira “crypto village” em Portugal, o debate em torno dos desafios para as microeconomias e as grandes metas a atingir através da blockchain, tema trazido por Fred Antunes, levou à reflexão sobre a atual aposta nas smart cities, cenários ideais para ser posto em prática todo o potencial desta tecnologia. Apontando como principais vantagens, o uso real e imediato dos token (criptomoeda), a otimização e transparência dos processos, sublinhou ainda a possibilidade de simplificar o acesso da autoridade tributária a todos os passos das nossas vidas, o que permite inclusive apresentar a blockchain como “poderosa ferramenta contra a evasão fiscal”, ressalva.

Através da presença de presença de Mário Alves, fundador do Blockchain Center Portugal, e CEO e fundador da TAIKAI, foi possível revisitar conceitos base e o potencial de passos como uma ICO (Initial Coin Offering), assim como de acompanhar toda a evolução dos últimos anos da blockchain e perceber que, ao contrário, do que muitos analistas defendem atualmente, passos como uma ICO “não estão à beira da morte”, pelo contrário, acrescenta o especialista, ” atravessa uma fase de reformulação, na certeza de que uma ICO deve ser vista como uma nova ferramenta para o arranque de um negócio, que deve, tal como um outro que não passe por este universo, ser um bom negócio, caso contrário, não vingará”, conclui.

Como pano de fundo, a transformação digital, e o trabalho que tem de se feito junto das empresas para que possam apostar e usufruir de todo o potencial de ferramentas como a blockchain, foi o fio condutor de um debate que reuniu representantes de players de relevo mestas matérias, nomeadamente da SIBS, IBM, Microsoft, EY e a Oracle, que têm em curso uma série de projetos em Portugal. Fica ainda a antevisão, consensual para este grupo, que 2019, será um ano “de muito trabalho, grande dinâmica e mesmo muito bom” para este setor.

 

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