António Costa espera que a conferência sobre o futuro da Europa seja “uma oportunidade para debater as vontades plurais dos cidadãos da Europa e não em negociações entre Estados”. O primeiro-ministro falou na cerimónia de abertura do evento que decorre este domingo em Estrasburgo, enquanto presidente em exercício do Conselho da União Europeia (UE).
“A conferência sobre o futuro da Europa é a oportunidade de assumirmos com total franqueza e abertura que hoje já não pensamos todos como pensávamos e que novos tempos exigem novas vontades. Esta conferência devem assim centrar-se no debate das vontades plurais dos cidadãos da Europa e não em negociações entre Estados”, afirmou.
O primeiro-ministro utilizou o poema ‘Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, de Luís Vaz de Camões, como diretriz do seu discurso, relembrando que os cidadãos europeus estão a enfrentar uma dramática crise pandémica, com terríveis consequências económicas e sociais.
“Cada aprofundamento ou alargamento exigiu vontade, obrigou a opções difíceis, exigiu capacidade de compromisso, muita persistência e criatividade. Não há nada mais temerário do que o voluntiarismo de avançar, deixando por resolver problemas que minam a nossa coesão e que estão precisamente no âmago da questão de fundo que temos de responder”, sublinhou.
António Costa frisou ainda que se a Europa deseja ter um futuro risonho, tem de se manter unida. “Se queremos ter sucesso não podemos iludir as dificuldades. Existe hoje um conjunto de debates de fundo, sobre o que é, e o que deve ser a nossa união, que não se limita a afastar Estados uns dos outros, mas que atravessam, dividem as próprias sociedades em muitos dos nossos Estados-membros”.
Após ter sido anfitrião, sexta-feira e sábado, da Cimeira Social, do Conselho Europeu informal e da reunião de líderes UE-Índia, António Costa, presidente em exercício do Conselho da União Europeia (UE), participou este domingo, na cerimónia oficial de lançamento da Conferência sobre o Futuro da Europa.
O evento que decorre na cidade francesa de Estrasburgo e juntamente com António Costa estão presentes os presidentes da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e do Parlamento Europeu, David Sassoli, dado os três presidirem ao fórum.
Prevista originalmente para ter início em maio de 2020 e durar dois anos, a conferência foi adiada não só devido à pandemia da covid-19, mas também a diferenças em torno do modelo de governação deste fórum, ultrapassadas apenas este ano, já durante a presidência portuguesa da UE, e prolongar-se-á até ao verão de 2022.
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