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Congresso tenta chegar a acordo com Trump sobre o muro com o México para evitar novo shutdown

A recusa do Congresso em dar o dinheiro para a construção do muro na fronteira com o México originou o shutdown mais longo da história, que durou 35 dias e afetou 800 mil empregados públicos, superando o custo do muro.
12 Fevereiro 2019, 11h21

Os negociadores do Congresso norte-americano já têm um acordo pronto sobre a construção do muro que irá separar o México dos Estados Unidos da América. Os democratas e republicanos decidiram evitar um novo shutdown e aceitaram dar uma fração do dinheiro que o Presidente Donald Trump pretende para a construção do muro na fronteira.

Apesar de o acordo já ter sido divulgado, ainda falta a aprovação de todos os membros do Congresso e a assinatura de Donald Trump para se tornar válido. Ainda assim, o acordo que os negociadores propõem não implica a construção de um muro feito de betão, como Trump anunciava em 2016 quando apresentou a sua candidatura a presidente, que mais tarde viria a ganhar.

Os democratas, que agora controlam a Câmara dos Representantes, recusaram a aprovação dos 5.700 milhões de dólares (5.055 milhões de euros), que o presidente pretende para a construção do muro, um dos pontos fortes desde a sua candidatura.

Segundo fontes anónimas citadas pela Bloomberg, o valor aprovado pelo Congresso é de 1.375 milhões de dólares (1.200 milhões de euros), e já estão designados para a zona de Vale do Rio Grande, no Texas, onde apenas financiará a construção de 88 quilómetros, longe dos 321 quilómetros que Trump prometeu na campanha. Um dos pontos que também muda é o material usado no muro, onde em vez do uso de betão vão ser usadas placas de metal, semelhantes às que já estão colocadas na fronteira com Tijuana.

A notícia de que seria libertado parte do financiamento para a construção do muro foi divulgada esta segunda-feira, 11 de fevereiro, quando Trump estava presente em um comício na cidade de El Paso no Texas. A Reuters revela que quando o presidente norte-americano subiu ao palco para discursar já tinha a informação de que existia uma tentativa de acordo e anunciou que “vamos construir o muro à mesma”, implicando que mesmo que o valor não fosse total, o muro iria ser construído. No comício, Trump defendeu que a construção do muro na fronteira iria proteger os americanos de crimes violentos e de drogas.

Esta é a segunda verba proveniente do Congresso norte-americano, que já tinha libertado 1.600 milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros) em 2017 para o reforço de estruturas exigentes. Esta nova verba, além de impedir um novo shutdown, vai permitir continuar a estender a vedação ao longo da fronteira e realizar uma triagem na fronteira.

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