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Conheça as melhores (e piores) opções para investir as poupanças

Deixar as poupanças debaixo de colchão é cada vez menos uma solução e a inflação faz com que se vá perdendo dinheiro ao longo do tempo. No entanto, é preciso ponderar as várias opções de investimento e ter em conta o risco que se quer tomar.
31 Outubro 2017, 07h25

  • Novos Depósitos

Rendem pouco, mas a segurança e simplicidade que oferecem continua a fazer dos depósitos os eleitos nas escolhas dos portugueses. Segundo as contas da DECO, depositar dez mil euros a um ano vão dar um rendimento médio de 0,2% líquidos, com as taxas a variarem entre zero e 1,3%, dependendo do banco. No entanto, a associação sublinha que o mas importante é olhar para os custos associados, que poderão fazer perder dinheiro. Para um depósito de 2.500 euros, apenas depósitos em seis os bancos serão rentáveis ao fim de um ano (ActivoBank, Banco Privado Atlântico Europa, Banco CTT, BNI Europa, Banco BiG e Best Bank). Nos restantes, as comissões bancárias levam a perdas entre 29 e 75 euros. O que dá mais prejuízo é o Banco Popular, mas o Carregosa, o Bankinter, o BBVA, a Caixa Geral de Depósitos, o Deutsche Bank e o Santander Totta também levam a perdas a um ano acima de 60 euros.

  • Planos Poupança Reforma

Os Planos Poupança Reforma (PPR) são uma forma de investimento a longo prazo, que podem a ajudar a precaver a independência financeiro na terceira idade. Apesar de os especialistas aconselharem que as poupanças não devem ir todas para o PPR por serem produtos com pouca liquidez e com penalizações em caso de resgate de emergência, são vistos como forma segura de complementar a reforma. Segundo as contas da DECO, o melhor PPR para quem está a mais de 10 anos da reforma é o fundo Alves Ribeiro PPR, que ofereceu um retorno de 18,4% ao ano, nos últimos cinco anos, até final de 2016. No caso de investidores a menos de 10 anos da reforma, a associação aconselha que não tomem riscos desnecessários e sugere a escolha de um PPR com garantia de capital, sendo que o seguro Lusitania Poupança Reforma PPR obteve 4,2% ao ano nos últimos três anos, conseguiu o mesmo rendimento em 2016 e tem ainda um rendimento mínimo (de 1,5% em 2017), ao qual acresce a participação nos resultados).

  • Certificados de Reforma

Semelhantes aos PPR, os Certificados de Reformas são uma oferta do Estado desde 2008. Apesar de terem condições fiscais semelhantes, a diferença entre as duas opções é que não é possível adaptar a exposição ao risco consoante o perfil do aforrador, não dão garantias de capital e não é possível fazer um resgate antecipado. Na prática, o aforrador compra unidades de participação de um fundo de capitalização do Estado e pode definir se quer contribuir mensalmente com 2%, 4% ou 6% do salário. A rentabilidade é fixada todos os meses, tendo no ano passado atingido uma média de 2,9%.

  • Certificados do Tesouro

A subscrição dos clássicos certificados do Tesouro foi suspensa em setembro de 2012, mas surgiram os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) e as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Ambos são instrumentos de dívida pública, que visam incentivar a poupança das famílias. No caso do primeiro, a taxa de taxa de juro bruta varia entre 1,25% (a um ano) e 3,25% (a cinco anos). Em termos líquidos, os CTPM rendem pelo menos 1,6% ao ano, se mantidos por cinco anos.

No caso das OTRV, o Tesouro já realizou cinco emissões, com as taxas a caíram a cada nova colação.
Na última, em julho, a taxa de juro bruta oferecida era de 1,6%, pagos em fevereiro e agosto de cada ano até 2022. Em abril deste ano foi 1,9%, em novembro de 2016 foi 2%, em agosto do ano passado 2,05% e em março 2,2%. Associados ao Estado, são um produto de menor risco, mas as comissões bancárias são outra questão a ter em conta. A rentabilidade das obrigações do retalho é medida retirando o valor dos impostos (28%) e das comissões, que são estabelecidas pela instituição financeira e fixas, ou seja, acaba por ser, proporcionalmente, mais caro investir menos.

  • Certificados de Aforro

É o produto de poupança do Estado mais antigo, mas também um dos instrumentos que oferece menor rentabilidade. Em outubro, a taxa de juro bruta para novas subscrições e capitalizações de Certificados de Aforro foi fixada pelo Tesouro em 0,671%. Estes certificados pagam a taxa Euribor a três meses acrescida de 1%, o que signfica que a Euribor negativa tem prejudicado os investidores. Apesar disso, a aplicação da fórmula não poderá resultar uma taxa base superior a 3,5%, nem inferior a 0%. Os investidores têm ainda um prémio de permanênciade 0,5 % entre o 2º e 5º ano e de 1% entre o 6º e 10º ano.

  • Fundos de Investimento

Fundos de investimento podem oferecer uma alternativa de investimento com rendimentos mais favoráveis, mas também têm um perfil de risco mais elevado. As ações, entre os ativos com maior risco no mercado, ofereceram, no caso de Portugal, um retorno de 6,4% em setembro, enquanto os fundos de obrigações dedicados aos grandes mercados de dívida (euro e dólar americano) ficaram praticamente inalterados face ao mês anterior. A dica dos especialistas é diversificar, sendo que pode-se adaptar a escolha ao risco desejado. No caso de carteiras defensivas (com 55% em ações e 45% em obrigações), a rentabilidade média anual bruta era, no mês passado de 4,7%. Em carteiras base (56% em ações e 35% em obrigações), a rendibilidade sobe para 8,8% e, em carteiras agressivas (com 85% de ações e 15% de obrigações), para 13,7% a um ano.

  • Seguros de capitalização

Numa altura de baixas taxas de juro, os seguros de capitalização são uma alternativa aos depósitos e consistem em produtos de capitalização oferecidos por seguradoras. A principal vantagem é o benefício fiscal. A partir do oitavo ano de aplicação, são cobrados apenas 11,2% de imposto sobre o rendimento, o que significa que são mais favoráveis a longo prazo. Entre cinco e oito anos, a taxa é de 22,4% e por prazos inferiores a cinco anos e um dia é de 28%, tal como acontece noutros produtos de poupança, como depósitos, certificados de Aforro ou do Tesouro. É, no entanto, difícil de estar a par do rendimento, que é divulgado apenas anualmente. No ano passado, o rendimento médio foi de 1,3% e, apesar de estar a descer, ficou acima da inflação.

  • Depósitos indexados

Podem dar muito ou nada, o que valeu aos depósitos indexados o nome de depósitos do tudo ou nada. Estão associados à evolução de um cabaz de ativos, como ações, índices ou commodities. Dos 16 depósitos indexados ou duas que venceram desde o início do ano, seis tiverem um retorno nulo, enquanto em sete casos o rendimento não foi zero, mas foi inferior a 1%, em termos brutos, de acordo com dados do Banco de Portugal. Por outro lado, três depósitos deram retornos superiores. No caso do depósito a três anos Rendimento + Banca Europeia, do Santander Totta, a Taxa Anual Nominal Bruta (TANB) foi de 1,150%, enquanto o Depósito Indexado Caixa Ações Mix junho (também a três anos) da Caixa Geral de Depósitos rendeu 1,539%. A maior TANB, de 3,449%) foi do Depósito Indexado ‘Depósito Valor Empresas Financeiras (a três anos) do Santander Totta.

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