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Conselho Europeu de Inovação pode estar pronto a arrancar em 2021

Em entrevista ao Jornal Económico, Matti Hiltunen, conselheiro de uma das agências de financiamento público mais importantes na Finlândia, disse que as ‘primeiras pedras’ já foram lançadas. “O comissário Carlos Moedas está muito empenhado”, garantiu.
  • Cristina Bernardo
20 Fevereiro 2018, 07h10

O futuro Conselho Europeu de Inovação está cada vez mais perto de ser uma realidade no bloco. Depois de as indicações de um grupo de especialistas na área terem sido divulgadas, prevê-se que no início deste verão sejam conhecidos dados concretos sobre o financiamento que este órgão poderá dar a empresas e empreendedores da União Europeia.

Matti Hiltunen, conselheiro da agência de apoio público à inovação mais importante na Finlândia, esteve em Portugal aquando da conferência da TAFTIE (Associação de Agências Europeias de Inovação) sobre o futuro da política de inovação europeia, onde foram postas em cima da mesa questões como: ‘Que tipo de apoio deve o bloco deve dar aos inovadores?’; ‘Como envolver organizações de investigação, universidades e grandes empresas?’.

“Um guia inicial relacionado com o Conselho Europeu de Inovação já está em andamento, mas agora estamos a falar do conselho em termos de programa e estrutura dos próximos anos, a começar em 2021. Provavelmente será algo em grande. Estamos a trabalhar em força nisso”, disse ao Jornal Económico o conselheiro de Investigação e Inovação finlandês, que foi orador no painel sobre o tema.

Há cerca de um ano, o comissário europeu para a Inovação, Carlos Moedas, selecionou um grupo de inovadores, como empreendedores do setor privado, para pensarem sobre como o Conselho Europeu de Inovação deveria ser organizado. Da lista dos 15 escolhidos constam nomes como o do português Carlos Oliveira, presidente da InvestBraga e da Startup Braga, e de Paddy Cosgrave, fundador da Web Summit.

“O relatório desse grupo [“Europe is back: Accelerating Breakthrough Innovation”] e as suas recomendações ficaram prontos no início do mês. O comissário divulgou-o em Davos [Fórum Económico Mundial 2018]”, contou o dirigente do escritório de Bruxelas da Business Finland [Tekes]. Na sua opinião, este conselho é a “iniciativa-chave” e o “bebé” de Carlos Moedas, a pedra basilar do seu “legado” na Comissão Europeia.

“Não se trata de criar uma nova organização ou organismo, mas de um conjunto de medidas e de financiamentos. O comissário está muito empenhado para estabelecer um programa de pesquisa e inovação e vai ser apresentada uma proposta em junho”, explicou Matti Hiltunen, referindo que, nessa altura, devem ser conhecidos valores de financiamento e outros desenvolvimentos.

A organização no qual é responsável é um dos membros da TAFTIE e trabalha lado-a-lado com organismos nacionais. Segundo Matti Hiltunen, a parceria com a portuguesa ANI – Agência Nacional de Inovação tem sido “boa e densa”, marcada por vários encontros no seio da TAFTIE, discussões, troca de ideias e partilha de informação. “Trabalhamos juntos em Bruxelas. Temos algo a que pode chamar ‘Clube de Agências de Inovação de Bruxelas’, um fórum muito informal mas muito importante quando pensamos nestes temas e quando abordamos o comissário para expor as nossas ideias”, explicou, argumentando que os encontros com as agências de inovação de cada Estado-Membro têm como objetivo não haver sobreposição de ideias e iniciativas nem competição.

Anualmente, a Business Finland disponibiliza um financiamento de cerca de 400 milhões de euros para aproximadamente 1.500 empresas. Aos empreendedores, o perito finlandês em inovação aconselha: “Invistam seriamente em investigação e inovação”.

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