[weglot_switcher]

Ocean Winds fica com 85% da única central eólica offshore em Portugal

A EDP e a Engie vão passar a controlar a totalidade da sociedade que detém o projeto Windfloat Atlantic, que produz eletricidade 20 quilómetros ao largo de Viana do Castelo. Autoridade da Concorrência está a analisar a operação.
  • Windfloat Atlantic – EDP
27 Abril 2021, 10h37

A Ocean Winds, sociedade detida pela EDP e pela francesa Engie, ficou com 85% da única central eólica marítima (offshore) que existe em Portugal.

A sociedade Windplus já era detida maioritariamente pela EDP Renováveis e pela Engie, mas em separado. Com a criação da Ocean Winds, todas as participações das empresas em centrais eólicas marítimas estão a passar para a nova empresa.

Desta forma, a Windplus passa a ter como acionistas a Ocean Winds (85,1%), mantendo-se as participações dos espanhóis da Repsol (13,6%) e a Principle Power (mais de 1%), empresa participada pelo grupo EDP.

Esta operação foi notificada à Autoridade da Concorrência (AdC) que dá agora 10 dias úteis a quem estiver interessado a fazer observações sobre esta aquisição.

O projeto Windfloat conta com 25 megawatts e é constituído por três aerogeradores. O projeto recebeu um empréstimo de 60 milhões de euros do Banco Europeu de Investimento (BEI) em 2018 para desenvolver este projeto, assim como 30 milhões de fundos europeus e seis milhões do Fundo Ambiental.

A central está localizada a 20 quilómetros de Viana do Castelo, onde a profundidade das águas chega a atingir os 100 metros, escoando a eletricidade produzida através de um cabo submarino.

Este tipo de central flutuante pode ser usada em costas com maiores profundidades, como a portuguesa, e onde seja difícil ou impossível assentar os aerogeradores no fundo do mar, como acontece nas centrais eólicas marítimas no mar do Norte, onde a profundidade é menor.

Desde julho de 2020 que o projeto já está a funcionar a 100%, depois de realizada a ligação da última das três plataformas ao cabo de alimentação com 20 quilómetros entre a central e a subestação em terra.

Este projeto é o “primeiro parque eólico flutuante semi-submersível do mundo e irá gerar energia suficiente para abastecer o equivalente a 60 000 utilizadores por ano, poupando quase 1,1 milhões de toneladas de CO2”, conforme anunciou a EDP em julho de 2020.

  • Notícia corrigida a 29 de abril: a Ocean Winds absorveu as participações da EDP Renováveis e da Engie (85% da sociedade), com a Windplus a manter como acionistas a Repsol e a Principle Power.
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.