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Consumo de energia primária cai 4,5% em 2020, maior quebra desde 1945

O consumo de energia primária caiu 4,5% e as emissões de carbono a partir do consumo energético caíram 6%, em 2020, as maiores quebras desde 1945, refletindo o “impacto dramático” da pandemia no setor, revelou hoje um estudo da BP.
8 Julho 2021, 20h33

De acordo com a 70.ª edição do estudo anual sobre os mercados energéticos globais da petrolífera BP, em 2020, “o consumo de energia primária e as emissões de carbono a partir do consumo energético registaram a quebra mais rápida de sempre desde a Segunda Guerra Mundial”, de 4,5% e 6%, respetivamente.

O consumo de energia primária caiu 4,5% e as emissões de carbono a partir do consumo energético caíram 6%, em 2020, as maiores quebras desde 1945, refletindo o “impacto dramático” da pandemia no setor, revelou hoje um estudo da BP.

A descida do consumo de energia primária, explica o estudo, foi impulsionada sobretudo pelo petróleo, cuja média de preço se situou nos 41,84 dólares (cerca de 35,40 euros) por barril, o valor mais baixo desde 2004.

Para o economista-chefe da BP, Spencer Dale, “2020 ficará marcado como um dos anos mais surpreendentes e desafiantes de sempre”.

“Os confinamentos que se perpetuaram por todo o mundo tiveram um impacto dramático nos mercados energéticos, particularmente para o petróleo, cuja procura ligada aos transportes foi esmagada”, afirmou o responsável, citado no comunicado.

Numa análise por país, os Estados Unidos da América, a Índia e a Rússia registaram as maiores quebras de consumo energético da história, ao passo que a China registou o seu maior crescimento (2,1%), sendo um dos poucos países onde a procura energética aumentou no ano passado.

A procura mundial por petróleo caiu 9,3% e as refinarias registaram também uma quebra recorde de 8,3 pontos percentuais, situando-se nos 73,9%, o nível mais baixo desde 1985.

Também os preços do gás natural diminuíram a valores mínimos plurianuais, no entanto, a participação do gás na energia primária continuou a aumentar, atingindo o recorde máximo de 24,7%.

Já o consumo de carvão caiu 4,2%, impulsionado pelas quebras nos Estados Unidos da América e na Índia, com o consumo desta matéria-prima na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a atingir o nível historicamente mais baixo, de acordo com a informação recolhida pela BP, que data desde 1965.

Adicionalmente, a produção de eletricidade caiu 0,9%, uma queda mais acentuada do que a registada em 2009 (-0,5%), o único ano em que se assistiu a um decréscimo da procura na eletricidade, de acordo com o registo de dados da petrolífera.

O relatório Statistical Review da BP foi publicado pela primeira vez em 1952 e tem fornecido, ao longo do tempo, informações sobre os episódios mais dramáticos na história do sistema de energia mundial, incluindo a crise do Canal Suez em 1956, a Crise do Petróleo em 1973, a revolução Iraniana em 1979 e o desastre de Fukushima, no Japão, em 2011.

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