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Consumo mundial de petróleo aumenta para 104,4 milhões de barris por dia em 2026

Segundo as previsões da OPEP, a estimativa do consumo mundial de petróleo em 2026 também é superior em 13,8 milhões de barris por dia do que no ano passado, quando a procura de petróleo desceu na sequência da crise da pandemia.
28 Setembro 2021, 16h09

A OPEP estima que o consumo mundial de petróleo continuará a aumentar a médio prazo para uma média de 104,4 milhões de barris por dia em 2026, mais 4,4 milhões de barris do que em 2019, foi esta terça-feira anunciado.

Segundo as previsões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) hoje divulgadas, a estimativa do consumo mundial de petróleo em 2026 também é superior em 13,8 milhões de barris por dia do que no ano passado, quando a procura de petróleo desceu na sequência da crise da pandemia.

Estas estimativas, divulgadas hoje pela OPEP, estão sujeitas a múltiplas incertezas, tais como a evolução da pandemia e o progresso das medidas relativas às alterações climáticas.

Relativamente ao aumento da procura de petróleo previsto para 2026, espera-se que quase 80% “se concretize nos primeiros três anos”, afirma a organização no relatório anual.

O documento, “World Oil Outlook 2021” (WOO 2022), tenta dar uma visão, a pouco mais de um mês antes da próxima cimeira climática COP26 em Glasgow (Reino Unido), da trajetória da utilização do “ouro negro” até 2045.

A OPEP observa que uma crescente consciência “da necessidade de acelerar” a luta contra as alterações climáticas “conduziu recentemente a novas políticas ambiciosas para atingir emissões líquidas zero até 2050”.

No cenário principal, a OPEP espera que a economia mundial cresça 5,5% este ano e perto de 4% em 2022, antes de voltar a cair para pouco mais de 3% nos anos seguintes.

O Produto Interno Bruto (PIB) mundial aumentará em média 3,8% ao ano para 270 biliões de dólares em 2045, mais do dobro dos 125 biliões de dólares do ano passado.

A China e a Índia representarão então 37% do PIB, enquanto os países da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico contribuirão com 34%.

As estimativas estão também relacionadas com a evolução demográfica, marcada pelo envelhecimento das populações e pelo aumento da urbanização e da migração. O relatório prevê 9.500 milhões de pessoas no planeta até 2045.

Esta população consumirá 108 milhões de barris por dia de petróleo, mais 17,6 milhões de barris por dia do que em 2020, de acordo com o cenário principal da OPEP, e menos 1,1 milhões de barris por dia do que o previsto há um ano.

A OPEP acredita que a imposição de tecnologias de eficiência energética poderia reduzir a procura em mais de 8 milhões de barris por dia até 2045.

Apesar deste abrandamento, o petróleo “continuará a ser o combustível com a maior quota do cabaz energético global até pelo menos 2045”, embora as energias renováveis e o gás natural sejam as fontes de energia cuja utilização aumentará mais durante o mesmo período.

De acordo com as estimativas da OPEP, a quota das energias renováveis excederá 10% em 2045, contra 2,5% em 2020, um crescimento atribuído à queda dos custos de produção e às políticas destinadas a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Em contrapartida, a quota do petróleo, que representou 30% da procura global de energia em 2020, começará a diminuir em meados desta década, para 28% em 2045.

No que diz respeito ao fornecimento de petróleo, o relatório diz que dependerá em grande parte de futuros investimentos no setor, que por sua vez estarão sujeitos a políticas ambientais, entre outras incógnitas.

“Nos casos de abastecimento baixo e alto, foram previstos diferentes cenários de investimento, calendarização de projetos, política e tecnologia, com riscos fortemente enviesados para o lado negativo”, explica.

Por exemplo, “no caso baixo”, a produção de petróleo de xisto dos EUA “decresce gradualmente” e retoma modestamente no final desta década, “mas nunca mais atinge níveis pré-crise”.

“Noutros países não-OPEP, os cancelamentos de projetos, o declínio do investimento e, até certo ponto, as medidas políticas, estão a atrasar as extrações até três milhões de barris por dia a longo prazo”, observa o relatório.

Em relação ao impacto da pandemia, a OPEP admite que “é ainda demasiado cedo para julgar todas as consequências” na economia e, portanto, no mercado petrolífero.

No entanto, distingue “algumas tendências e dinâmicas” que terão um impacto a médio prazo.

Estas incluem um “movimento para uma economia global mais localizada e menos interligada”, o “rápido aumento dos níveis da dívida mundial” e o estímulo fiscal e monetário, incluindo “garantias de perto de 24.000 milhões de dólares”.

“Os desafios relacionados com a escalada dos níveis da dívida tornaram-se uma preocupação crescente”, adverte a OPEP.

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