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Coreia do Norte acelera mega-investimento turístico

Já cheira a desanuviamento no lado norte da Península da Coreia. O turismo pode ser a grande aposta do regime para tentar desenvolver a economia.
22 Maio 2018, 07h15

Chalés, hotéis de luxo, piscinas e decks ao ar livre, campo de golfe, áreas de entretenimento, uma praia branca e quilométrica com águas cristalinas, um aeroporto internacional a poucos minutos de distância. Trudo isto é a Coreia do Norte e não uma qualquer estância tradicional de férias algures pelas latitudes tropicais.

O gigantesco projeto que o regime de Kim Jong-un começou a construir há alguns meses, está avançando a um ritmo diabólico e pode estar pronto já este ano, bem a tempo de receber turistas que o regime espera receber se as incipientes negociações com os Estados Unidos e a Coreia do Sul produzirem o deseja desanuviamento.

A construção do complexo, que levou uma delegação oficial norte-coreana a visitar diferentes cidades turísticas na costa espanhola, começou em janeiro, após Kim Jong-un anunciar os planos de desanuviamento. Quatro meses depois, de acordo com a agência norte-coreana KCNA, citada pelo jornal El Pais, as estruturas de “dezenas de estabelecimentos, incluindo edifícios de serviços independentes”, chalés e hotéis, já estão terminados.

As áreas verdes ocuparão “70% e estão em preparação assim que as obras de construção estiverem concluídas”. O projeto turístico, localizado na península de Kalma, a cerca de três quilómetros da cidade de Wonsan (sudeste do país), prevê a construção de mais de 170 prédios, que ocuparão um espaço de 4,5 quilómetros ao longo da praia, entre o mar e o recém-renovado aeroporto internacional.

Anualmente, a Coreia do Norte recebe turistas vindos quase todos da China, cerca de 100 mil, sendo que, do Ocidente, foram ao país, no ano passado, cerca de quatro mil pessoas.

A ideia do projeto é “colocar o turismo do país ao nível mundial”, segundo refere a agência norte-coreana. O turismo é um dos poucos setores da economia norte-coreana que não são afetados por sanções internacionais. Já durante a primeira aproximação entre as duas Coreias (em 2000), foi acordado o desenvolvimento conjunto de uma área turística no Monte Kumgang, no lado norte-coreano da fronteira entre os dois países. A área foi fechada em 2008.

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