Vários especialistas estão com dúvidas sobre as conclusões de um estudo que apontavam que o novo coronavírus teria infetado pacientes em Itália em setembro de 2019, meses antes da China, o país origem da pandemia, anunciar os primeiros casos-
Segundo a Reuters, estes especialistas já pediram mais testes para confirmar as conclusões do estudo divulgado esta semana.
O estudo realizado pelo Instituto Italiano para o Cancro descreveu que foram descobertos anticorpos contra o novo coronavírus em setembro de 2019, três meses antes dos primeiros casos tornados públicos na China, no âmbito de testes de rastreamento para o cancro do pulmão em 959 voluntários entre setembro de 2019 e março de 2020.
Caso os dados recolhidos e divulgados pela entidade estejam corretos, significa que o novo coronavírus já se encontrava em circulação na Europa antes de a China anunciar os primeiros casos e surtos em dezembro, na cidade de Wuhan. Ainda assim, com dúvidas relativamente aos dados, diversos cientistas disseram à “Reuters” que seriam necessários mais exames.
O professor Mark Pagel, da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Reading no Reino Unido, admitiu que os resultados do estudo italiano “valem a pena ser divulgados” mas que “carecem de mais testes de acompanhamento”, uma vez que se trata de descobrir a origem definitiva do vírus.
“Todos os pacientes deste estudo estavam assintomáticos apesar da maioria ter entre 55 e 65 anos e de serem fumadores. Normalmente, este seria um grupo de alto risco para a Covid-19, por isso é um enigma como todos os doentes eram assintomáticos”, referiu Pagel à “Reuters”.
Após as descobertas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu que a possibilidade do vírus ter andado em circulação silenciosa não pode ser descartada e que, por essa razão, os cientistas devem estudar as descobertas italianas. Por sua vez, a China admitiu que vai colaborar com a comunidade internacional para encontrar respostas à descoberta do Instituto Italiano para o Cancro.
Os dados italianos mais antigos mostram que o primeiro doente de Covid-19 em Itália foi detetado a 21 de fevereiro de 2020, na região norte da Lombardia.
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