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Coronavírus já estava em Itália em setembro de 2019? Estudo gera dúvidas entre especialistas

O estudo do Instituto Italiano para o Cancro aponta que em setembro de 2019 já existiam pacientes com anticorpos no novo coronavírus, três meses antes dos primeiros casos tornados públicos na China. Especialistas têm dúvidas querem mais testes para avaliar melhor esta possibilidade.
18 Novembro 2020, 14h27

Vários especialistas estão com dúvidas sobre as conclusões de um estudo que apontavam que o novo coronavírus teria infetado pacientes em Itália em setembro de 2019, meses antes da China, o país origem da pandemia, anunciar os primeiros casos-

Segundo a Reuters, estes especialistas já pediram mais testes para confirmar as conclusões do estudo divulgado esta semana.

O estudo realizado pelo Instituto Italiano para o Cancro descreveu que foram descobertos anticorpos contra o novo coronavírus em setembro de 2019, três meses antes dos primeiros casos tornados públicos na China, no âmbito de testes de rastreamento para o cancro do pulmão em 959 voluntários entre setembro de 2019 e março de 2020.

Caso os dados recolhidos e divulgados pela entidade estejam corretos, significa que o novo coronavírus já se encontrava em circulação na Europa antes de a China anunciar os primeiros casos e surtos em dezembro, na cidade de Wuhan. Ainda assim, com dúvidas relativamente aos dados, diversos cientistas disseram à “Reuters” que seriam necessários mais exames.

O professor Mark Pagel, da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Reading no Reino Unido, admitiu que os resultados do estudo italiano “valem a pena ser divulgados” mas que “carecem de mais testes de acompanhamento”, uma vez que se trata de descobrir a origem definitiva do vírus.

“Todos os pacientes deste estudo estavam assintomáticos apesar da maioria ter entre 55 e 65 anos e de serem fumadores. Normalmente, este seria um grupo de alto risco para a Covid-19, por isso é um enigma como todos os doentes eram assintomáticos”, referiu Pagel à “Reuters”.

Após as descobertas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu que a possibilidade do vírus ter andado em circulação silenciosa não pode ser descartada e que, por essa razão, os cientistas devem estudar as descobertas italianas. Por sua vez, a China admitiu que vai colaborar com a comunidade internacional para encontrar respostas à descoberta do Instituto Italiano para o Cancro.

Os dados italianos mais antigos mostram que o primeiro doente de Covid-19 em Itália foi detetado a 21 de fevereiro de 2020, na região norte da Lombardia.

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