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Coronavírus: Madeira vai manter estratégia de controlo de entrada de passageiros

O presidente do Governo da Madeira disse que a única forma que temos de controlar focos potenciais do vírus na região, e de proteger a vida dos cidadãos passa por se a capacidade de controlarmos as entradas na região. Miguel Albuquerque refere que “não estão a ser violados Direitos, Liberdades e Garantias. Estamos para proteger outros direitos, como o direito à saúde e à vida da restante população, para restringir e salvaguardar desses potenciais focos de infeção”, acrescentou o governante.
3 Junho 2020, 10h05

A Madeira vai manter a estratégia de controlo de entradas de passageiros, quer seja através da apresentação de testes de despiste de coronavírus covid-19 quer pelo cumprimento de quarentena num hotel, anunciou Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira.

“A estratégia neste momento é não alterar o que está [em vigor]. Queremos manter. A única forma que temos de controlar focos potenciais na Madeira e Porto Santo, o único modo que temos de proteger a vida e saúde dos madeirenses e porto-santenses, é termos a capacidade de controlarmos as entradas na região”, declarou o governante madeirense, durante uma visita à empresa de autocarros que transportou os mais de mil passageiros que desembarcam no Aeroporto Cristino Ronaldo, no Funchal, para as diferentes unidades hoteleiras da ilha.

Miguel Albuquerque apontou que o controlo será feito através de testes de despiste à covid-19: “Se o passageiro desembarcar na Madeira com um teste negativo feito nas últimas 72 horas vai à sua vida e depois é acompanhado pela autoridade de saúde”.

“Caso não tenha o teste, faz a sua quarentena numa unidade hoteleira com custos assegurados pela Região Autónoma da Madeira, com todo o conforto”, explicou.

O chefe do executivo apontou que “é preciso ter a noção de que uma pessoa infetada, mesmo involuntariamente, é um foco perigosíssimo e potencial de infeção de imensas pessoas e famílias, pondo em causa até os grupos mais vulneráveis”, como os mais idosos.

Miguel Albuquerque informou que estas medidas foram adotadas “no quadro da Proteção Civil”, que é uma lei “não aprovada pela região” e cuja aplicação depende da “autoridade regional de saúde, que tem a competência, em nome da salvaguarda da vida e da saúde pública dos madeirenses e porto-santenses, para introduzir determinadas restrições e cautelas”.

“Não estamos aqui a violar Direitos, Liberdades e Garantias. Estamos para proteger outros direitos, como o direito à saúde e à vida da restante população, para restringir e salvaguardar desses potenciais focos de infeção”, disse.

O governante sublinhou que na segunda-feira, depois de 25 dias consecutivos sem novos casos, surgiu um novo infetado, “uma pessoa que tinha chegado à região”.

“[Este caso] veio dar-nos razão”, destacou Albuquerque, considerando que as medidas de controlo adotadas na entrada na região “chamam-se humanização e sentido de proporcionalidade, não existindo uma desproporção entre direitos”,

“Temos a faculdade de, em determinadas circunstâncias que a lei estabelece, restringirmos os direitos de circulação”, disse, recordando a cerca sanitária imposta na freguesia de Câmara de Lobos entre 19 de abril e 03 de maio devido a um foco que surgiu num bairro social, garantindo que a medida foi aplicada “sem por em causa Direitos, Liberdades e Garantias”.

Segundo Miguel Albuquerque, os passageiros que chegam à Madeira têm uma opção, se não quiserem fazer a quarentena: “Fazem o teste em Lisboa”.

“Não estamos a impor nada. Estamos a impor apenas aquelas que são as regras sanitárias fundamentais para salvaguardar a vida dos madeirenses e porto-santenses. É isso que está em questão”, sustentou.

Albuquerque já tinha afirmado que a região ia “respeitar a decisão do tribunal” relativamente ao requerimento de ‘habeas corpus’ apresentado por uma cidadã madeirense, tendo hoje sido declarada a sua “inutilidade”.

O líder do executivo sublinhou que a quarentena realizada na Madeira é “diferente” da dos Açores, onde esta “era obrigatória e suportada pelos passageiros”.

“Isso não acontece aqui [Madeira], porque na região o passageiro tem uma alternativa: ou apresenta o teste ou faz quarentena. Há uma liberdade de opção, não há uma restrição absoluta do direito de circulação”, concluiu.

A Madeira regista 90 casos positivos de infecção por coronavírus covid-19, e tem 80 recuperações, e 10 casos ativos da doença.

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