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Costa defende não há união monetária sem capacidade orçamental comum

O primeiro-ministro considera que é necessário mais recursos financeiros para que esta união monetária possa funcionar e, por isso, os Estados devem contribuir mais e a União Europeia (UE) deve ter mais recursos próprios que a permitam financiar.
6 Dezembro 2018, 17h11

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta quinta-feira que não há verdadeira união monetária sem que haja uma capacidade orçamental comum. O primeiro-ministro considera que é necessário mais recursos financeiros para que esta união monetária possa funcionar e, por isso, os Estados devem contribuir mais e a União Europeia (UE) deve ter mais recursos próprios que a permitam financiar.

“O livro branco que Juncker apresentou é muito ambicioso e temos que avançar em todas essas dimensões. E para avançarmos em todas essas dimensões temos que avançar em bases sólidas”, afirmou o líder do Executivo, no debate “Que futuro para a Europa?”, no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), com o comissário europeu para os assuntos económicos e financeiros, Pierre Moscovici.

António Costa disse ainda que “é impossível dar um passo em frente sem resolver um problema ainda não resolvido”. Na Europa, segundo o governante, esses assuntos por resolver traduzem-se em completar a união económica e monetária e concluir a reforma da zona euro. “Tem havido avanços em alguns aspetos da união bancária e há um roteiro para os aspetos que ainda falta conseguir”, afirmou.

“Uma dessas questões é a de que não há nenhuma união monetária sem que haja uma capacidade orçamental comum, que precisa de ser construída. Significa que tem de haver recursos para essa capacidade e, por isso, ou os Estados aumentam as suas contribuições ou a UE passa a ter mais recursos próprios que a permitam financiar”, defendeu, considerando que “ambas são necessárias”.

O primeiro-ministro português considera que mais importante do que o mecanismo de estabilização, que “todas as uniões monetárias devem ter” é ter capacidade orçamental para reforçar a convergência e reduzir as assimetrias entre os estados. “O maior fator de estabilização é a redução das assimetrias e o maior fator de redução de risco para a estabilidade da moeda única é igualmente a redução das assimetrias”, salientou António Costa, lembrando as últimas décadas da história portuguesa.

“Não há um guião uniforme das reformas que cada país deve fazer. No caso português há algumas que são muito evidentes: reforçar a requalificação dos recursos humanos, reforçar a intensidade tecnológica das nossas empresas e reforçar os fatores de inovação da nossa economia. É aqui que temos que apostar”, concluiu António Costa.

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