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Costa desdramatiza parábola do vinho de Marcelo e diz que há tempo para provar o seu Governo

Confrontado com a parábola usada pelo Presidente da República de que o segundo vinho pode ser melhor do que o primeiro, embora tal seja raro – isto, numa alusão aos governos -, o secretário-geral do PS usou o humor e defendeu que “a qualidade do vinho só se sabe depois de provar”.
27 Outubro 2019, 17h59

O secretário-geral do PS reagiu hoje com humor à parábola do vinho do Presidente da República, alegando que há tempo para provar o Governo e que a mensagem da escassez de recursos dirigiu-se à sociedade em geral.

António Costa fez esta interpretação do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na posse do XXII Governo Constitucional, no sábado, no Palácio Nacional da Ajuda, quando entrava para a reunião da Comissão Nacional do PS, em Santarém.

Confrontado com a parábola usada pelo Presidente da República de que o segundo vinho pode ser melhor do que o primeiro, embora tal seja raro – isto, numa alusão aos governos -, o secretário-geral do PS usou o humor e defendeu que “a qualidade do vinho só se sabe depois de provar”.

“Portanto, vamos ter quatro anos para poder abrir a garrafa, ver pelo cheiro da rolha se o vinho está em bom estado e deixar o vinho abrir para o podermos devidamente cheirar antes de fazer a prova. É um longo período de prova do vinho. Daqui a quatro anos os portugueses dirão se o segundo vinho foi ou não melhor do que o primeiro”, respondeu.

Questionado sobre o aviso feito pelo chefe de Estado de que os recursos não são suficientes para responder a todas as expectativas dos portugueses, o líder socialista disse entender esse recado “não para o Governo”, porque o seu executivo “tem bem consciência dos recursos que há”.

“Entendo que foi uma mensagem geral para a sociedade, explicando que, felizmente, hoje, virámos uma página, que o país está numa situação incomparavelmente melhor, embora não se esteja no paraíso. Temos de continuar a olhar para o dia-a-dia”, argumentou.

Neste contexto, o secretário-geral do PS referiu que, no sábado, advertiu que o país tem pela frente “uma trajetória ainda longa”, apontando, como exemplo, o objetivo do seu Governo de reduzir a dívida para um patamar inferior a 100% do Produto Interno Bruto em 2023.

Ou seja, segundo António Costa, “essa mensagem do Presidente da República foi menos para o Governo e mais para a sociedade portuguesa em geral”.

“Há boas razões para ter confiança e esperança no futuro, mas é preciso ter a razoabilidade de perceber que não estamos no paraíso”, acrescentou.

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