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Cotadas ‘escoltam’ chefe do governo espanhol na sua viagem a Cuba

Cuba precisa de escapar do espartilho imposto pela Casa Branca e Espanha é uma das suas melhores opções. Chefe do governo espanhol não vai encontrar-se com nenhum membro das oposições internas a Miguel Díaz-Canel.
22 Novembro 2018, 09h05

Pedro Sánchez parte esta quinta-feira para a sua primeira viagem a Cuba como chefe do Governo, uma expedição cujos objetivos são alcançar “progresso para os interesses económicos espanhóis”, indicam fontes governamentais citadas pelo jornal ‘El Economista’. Para isso, Sánchez será acompanhado por inúmeros CEO de grandes empresas espanholas com presença na bolsa e no diversas PME.

Representantes da Iberia e da Telefónica, entre outras, partem à frente de um batalhão de empresários, embora não haja uma lista oficial divulgada. No total, com o chefe de Estado viajam representantes de 24 empresas com presença no Ibex e dez PME, todos com interesses económicos em Cuba ou interessados em passar a tê-los.

Logo no primeiro dia da visita será organizado um fórum pelas Câmaras de Comércio de Espanha e Cuba, que envolverá cerca de 200 empresários, entre os quais também estarão os rostos conhecidos do setor hoteleiro espanhol, que responde por cerca de 71% dos quartos de hotel da ilha.

Na visita também participará o ministro da Indústria, Comércio e Turismo, Reyes Maroto, que “terá uma agenda complementar os interesses da comunidade empresarial espanhola. Alguns projetos emblemáticos fazem parte da agenda. Cuba está a abrir-se e queremos que as nossas empresas estejam bem posicionadas para novos contratos”, disse a mesma fonte.

De qualquer forma, da Presidência do Governo há indicação que não está prevista qualquer assinatura de acordos comerciais formais com o executivo cubano. Mas há uma lista de setores prioritários: energia, transporte, infraestrutura e gestão urbana.

Do lado cubano, o interesse no aumento da da exposição da sua economia ao investimento espanhol é muito alto: o país está a braços com nova investida da Casa Branca contra os seus interesses – que se tem consubstanciado na enorme dificuldade de o regime cubano aceder a financiamento internacional.

É neste ponto central que radica a necessidade de Cuba encontrar novos interlocutores para a sua economia – e, neste quando, até por razões históricas, Espanha tem um papel central a desempenhar.

Entretanto, a imprensa espanhola diz que Pedro Sánchez não está interessado em politizar a visita à antiga colónia espanhola (libertada no final do século XIX com o auxílio dos Estados Unidos). Assim, está previsto que o chefe do governo espanhol não terá qualquer encontro com os líderes dos movimentos dissidentes cubanos – que continuam ativos no terreno, apesar do afastamento do poder da família Castro e de Miguel Díaz-Canel assumir alguma abertura do regime. Sánchez também não deverá encontrar-se com o antigo presidente Raul Castro.

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