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Covid-19: Governo mantém contacto com autoridades para transferir português

“O nosso concidadão continua no navio em quarentena e ainda não foi transferido para um hospital de referência. Continuamos a insistir com as autoridades japoneses para que o seja. Esperamos que venha a ser nas próximas horas ou dias”, disse à Lusa Augusto Santos Silva.
24 Fevereiro 2020, 13h15

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que o Governo português continua a insistir com as autoridades japoneses para que o português infetado com o novo coronavírus, retido no navio no Japão, seja transferido para uma unidade hospitalar.

“O nosso concidadão continua no navio em quarentena e ainda não foi transferido para um hospital de referência. Continuamos a insistir com as autoridades japoneses para que o seja. Esperamos que venha a ser nas próximas horas ou dias”, disse à Lusa Augusto Santos Silva.

De acordo com o ministro, os contactos estão a ser feitos em primeiro lugar no Japão através da embaixada portuguesa com o ministro do Negócios Estrangeiros japonês, que é o canal de contacto e também através de diligências em Lisboa com a embaixada do Japão em Lisboa.

“Continuamos a usar os meios diplomáticos ao nosso dispor para conseguir o mais depressa possível este objetivo, que o nosso concidadão seja transferido para um hospital de referência para que o seu estado de saúde seja mais bem acompanhado”, disse.

Augusto Santos Silva disse à Lusa ter a informação de que o estado de saúde de Adriano Maranhão passou a ser sintomático.

“Temos a informação divulgada pela esposa que no último dia o nosso concidadão tenha já apresentado alguns sintomas. Ele estava assintomático e não estava a ser considerado prioritário. A informação que nos chegou e é pública é que tenha já apresentado sintomas febris e que tenho sido medicado pelo médico do navio. Esta informação faz com que aumente a nossa pressão no sentido de que a transferência seja realizada”, sublinhou.

Augusto Santos Silva frisou não ter ainda conhecimento de quando o cidadão será transferido, mas adiantou que essa informação será divulgada em primeiro lugar à família.

Em relação aos restantes tripulantes portugueses, o ministro disse que não tem nenhuma informação negativa.

“Temos indicação que se encontram bem os cidadãos portugueses. Temos indicação de que o cidadão português que já foi internado e cuja situação médica não inspira cuidados. Este cidadão usou o seu direito de não divulgar a sua identidade”, disse.

Dos quatro tripulantes portugueses no navio, um está de quarentena e os outros estão bem, e um quinto que necessitou de cuidados médicos e foi internado está bem e a evoluir favoravelmente.

No domingo, as autoridades japonesas confirmaram que o português Adriano Maranhão, canalizador no navio Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, deu teste positivo ao coronavírus Covid-19, de acordo com fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Esta fonte disse que o ministério está a “insistir junto das autoridades locais para que se proceda à sua transferência para o hospital de referência”, no Japão.

Já em Portugal, deu negativo o resultado da análise ao cidadão português que está internado no Hospital de São João, no Porto, por suspeitas de infeção por novo Coronavírus (COVID-19), segundo uma nota da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Este é o 13.º caso suspeito de infeção com Covid-19 detetado em Portugal. Todos os 12 casos anteriores foram negativos.

Detetado na China em dezembro de 2019, o coronavírus Covid-19 já provocou mais de 2.500 mortos e infetou mais de 78 mil pessoas a nível mundial, registando-se atualmente um surto no norte de Itália, na região da Lombardia, que já provocou 185 infetados e cinco mortos.

Os casos em Itália estão circunscritos a quatro regiões do norte do país: Lombardia, Veneto, Emilia Romanha, Piemonte e Lácio.

Em declarações à agência Lusa, a partir de Genebra, Suiça, Augusto Santos Silva disse que para já não tem conhecimento de quaisquer situações problemáticas com os portugueses residentes em Itália.

“A esta hora e neste local [às 12:00 em Lisboa] não tenho nenhuma informação mais problemática que estivesse a acontecer com portugueses em Itália, sendo que se houvesse alguma informação anómala seria informado imediatamente”, disse.

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