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Lisboa, Porto e Faro recebem manifestações de profissionais da cultura a 4 de junho

Lisboa, Porto e Faro serão palco, no próximo dia 4 de Junho, de denúncia da situação “catastrófica” em que se encontram os trabalhadores do sector da cultura, através de uma acção promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos. Setor exige ao ministério liderado por Graça Fonseca medidas de emergência que vão ao encontro dos efeitos “catastróficos” da pandemia e reivindica alterações de fundo na legislação laboral.
  • Cristina Bernardo
2 Junho 2020, 07h20

O Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos promove uma Manifestação Nacional dos trabalhadores da cultura, espectáculos e audiovisual, dia 4 de junho, às 18:00 horas, no Rossio, em Lisboa, na Avenida dos Aliados, no Porto, e nas escadarias do Teatro Lethes, em Faro.

O Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE) marcou para esta quinta-feira, 4 de junho, em Lisboa, Porto e Faro, uma manifestação nacional dos trabalhadores da cultura, espectáculos e audiovisual. Sindicato alerta que tardam medidas de emergência e de fundo e as consequências são cada vez mais devastadoras, temendo um efeito prolongado sobre a vida dos profissionais e sobre a Cultura.

“O Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos promove uma Manifestação Nacional dos trabalhadores da cultura, espectáculos e audiovisual, dia 4 de Junho, às 18:00 horas, no Rossio, em Lisboa, na Avenida dos Aliados, no Porto, e nas escadarias do Teatro Lethes, em Faro”, avança o CENA-STE que pretende com esta acção exigir medidas de emergência que vão ao encontro desta realidade.

E, cima da mesa está novamente a proposta de 1% do Orçamento do Estado para a Cultura, bem como a exigência do fim da limitação dos concursos em que centenas de candidaturas consideradas elegíveis ficam sem apoio.

O sindicato reivindica ainda alterações de fundo na legislação laboral do sector, pretendendo acabar com os recibos verdes para haver um acesso mais justo às medidas de protecção social.

98% dos trabalhadores com trabalhos cancelados

Com espetáculos cancelados, muitos trabalhadores sem quaisquer rendimentos ou com rendimentos “drasticamente reduzidos”, agravou-se a situação de um setor já “precário, empobrecido e indefeso” e que “carece há muito tempo de um enquadramento legislativo adequado, que tenha em conta as suas características”.

Num inquérito realizado no início de abril, o CENA-STE divulgava que 98% dos trabalhadores questionados viram os seus trabalhos cancelados e 33% destes por mais de 30 dias, um total de perdas apenas neste período (segunda quinzena de março) e só relativo a quem respondeu ao inquérito de dois milhões de euros. E lembrava que 85% destes são trabalhadores independentes, sem qualquer protecção laboral. O sindicato considera que a situação “piorou” e já sinalizou que vai promover outro inquérito.

Em comunicado, o sindicato do setor realça agora que “passaram três meses desde que a pandemia mudou a vida de todos e de forma muito violenta a dos músicos, trabalhadores de espectáculos e do audiovisual”. Acrescenta que num sector em que domina a precariedade, os efeitos são “catastróficos” e à medida que o tempo passa, sem que sejam tomadas medidas de emergência e de fundo, as consequências são cada vez “mais devastadoras e auguram um efeito prolongado” sobre a vida dos profissionais e sobre a Cultura.

O CENA – STE recorda que logo que os primeiros espectáculos foram cancelados, procurou recolher informação sobre os cancelamentos e os seus efeitos. “Encontrou, como antevia, um sector precário, empobrecido e indefeso, um sector que carece há muito tempo de um enquadramento legislativo adequado, que tenha em conta as suas características”, explica.

Segundo o sindicato do setor, foi desenvolvido e apresentado ao Ministério da Cultura, liderado por Graça Fonseca, um caderno de medidas que procuram responder aos problemas urgentes, mas também a problemas antigos, que, frisa, “tardam em ser resolvidos”.

“Infelizmente, a resposta às nossas propostas e reivindicações tem sido pouco mais que o silêncio. Enquanto o Ministério da Cultura e o Governo adiam decisões de fundo, milhares de trabalhadores viram já os seus rendimentos suprimidos ou drasticamente reduzidos e não antevêem qualquer protecção nos tempos próximos, que se adivinham sombrios”, conclui.

Face a este cenário, o CENA – STE realça que “este é o momento de reforçar a unidade e a luta, porque este é o momento de dizer com clareza o que queremos para a Cultura e para os seus trabalhadores tomamos a rua numa Manifestação Nacional, dia 4 de Junho, às 18h no Rossio em Lisboa, na Avenida dos Aliados no Porto e nas escadarias do Teatro Lethes em Faro”.

 

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