O matemático Óscar Felgueiras, professor da Faculdade de ciências da Universidade do Porto que está a coadjuvar a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), propôs esta terça-feira a criação de um novo indicador – o da “incidência vizinha” – que permita uma leitura mais próxima da realidade sobre a evolução epidemiológica nas diferentes regiões do país.
Por videoconferência, Óscar Felgueiras defendeu na reunião de hoje do Infarmed que observar a incidência por concelhos como um “indicador único” levanta questões. Exemplificando com o caso do Vimioso, concelho de Bragança, afirmou que “pequenos concelhos onde o número de casos não é muito grande é o suficiente para ter incidências muito altas”.
O Vimioso tem hoje uma incidência de Covid-19 de 249 infetados para uma população de quatro mil habitantes. Ora, se fossem considerados os concelhos limítrofes (Miranda do Douro, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Bragança), cuja incidência é de 36 casos para 67 mil habitantes, na “região por inteiro a incidência seria de 53, significativamente abaixo da localizada em Vimioso”.
“Podemos pensar em definir um indicador de incidência vizinha do concelho em questão, tomando a mesma definição: os casos em 14 dias por 100 mil habitantes”, explicou Óscar Felgueiras.
O matemático argumentou que, desta forma, se evitaria a “sobrevalorização de surtos em pequenos concelhos” e favorecer-se-ia “uma maior continuidade geográfica no indicador”. Contudo o especialistas alertou que há desvantagens, nomeadamente, “a suavização do risco” em algumas regiões.
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