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Mortes nos Estados Unidos podem ultrapassar as 100 mil

A estimativa é do especialista Anthony Fauci e surge no mesmo dia em que o presidente Donald Trump insiste em que medidas de segurança mais severas não são necessárias no Estado de Nova Iorque.
  • Mary Altaffer/AP Images
30 Março 2020, 07h30

Numa altura em que o presidente norte-americano continua a parecer estar em negação – recusa-se a aumentar as exigências de controlo da pandemia no Estado de Nova Iorque, tido como um dos epicentros mundiais da epidemia – um dos o principais especialistas em doenças infeciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, afirmou em entrevista à CNN que o país certamente terá “milhões de casos” de Covid-19 e mais de 100 mil mortes.

Segundo Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeciosas dos Estados Unidos, a estimativa é a de que o número de vítimas fatais do coronavírus fique entre os 100 mil e os 200 mil. Neste momento, o país tem mais de 124 mil casos confirmados e mais de 2.600 mortes.

Os governadores dos Estados mais atingidos, como Washington e Nova Iorque, pedem mais velocidade e mais severidade na resposta do governo federal, principalmente no que tem a ver com a disponibilização de equipamentos para atendimento dos pacientes e para as equipes médicas.

Em relação ao debate sobre a flexibilização de medidas de afastamento social – com que Trump quer avançar esta semana – Fauci diz que apoiaria a medida apenas em áreas de menor impacto, se houver grande disponibilidade de testes para monitorizar essas zonas. Mas, acrescenta o cientista, nesta altura está cético em relação a essa possibilidade.

Nos Estados Unidos, o número total de mortes está longe da dimensão da catástrofe em Itália ou Espanha, mas os especialistas chamam a atenção para o facto de em apenas dois dias ter havido um aumento de 100%.

Todo o continente americano está debaixo de severidade da pandemia. O Canadá e o Brasil – onde o presidente Jair Bolsonaro continua a proferir opiniões sobre a matéria à revelia das autoridades de saúde – concentram a maioria dos casos de Covid-19; seguem-se o Equador e o Chile. Nestes quatro países, o crescimento das infeções está a acelerar, especialmente no Brasil (117 mortes) e no Equador (48 mortes).

No México e na Argentina, a curva de contágio começa a inclinar-se perigosamente. O México já anunciou 848 infeções, o que levou o presidente López Obrador a recomendou à população que “ficasse em casa”, depois de uma semana em que foi dizendo que a força da pandemia não devia ser “exagerada”.

O governador de Hidalgo (centro do México), Omar Fayad, que deu positivo no teste de coronavírus, esteve na semana passada com o presidente mexicano e outros líderes do país, o que levou as autoridades de saúde a pedir a Obrador que faça o teste, coisa que para já não aconteceu.

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