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“Imobiliário nunca é bem tratado”. APEMIP critica medidas de apoio às empresas

Luís Lima, presidente da APEMIP, defende que as medidas extraordinárias de apoio às empresas apresentadas pelo Governo face ao Covid-19 não são suficientes. “O imobiliário nunca é bem tratado e continua a ser tratado como o mau da fita”, afirma.
  • Luis Lima, Presidente da APEMIP
18 Março 2020, 12h59

O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) critica as medidas extraordinárias de apoio às empresas apresentadas pelo Governo, realçando que estas não são suficientes para um setor do qual dependem mais de 40 mil pessoas.

Em comunicado, Luís Lima, refere que “o imobiliário nunca é bem tratado, apesar de todo o trabalho que temos desenvolvido e da importância que, comprovadamente, revelamos ter no panorama económico nacional, continuamos a ser tratados como os maus da fita a quem só se atribuem as culpas de tudo o que acontece, como dos problemas habitacionais que se vivem”.

O líder da associação sublinha que o setor “é um dos principais responsáveis pela recuperação da economia portuguesa”, que em 2019, estima-se que “tenha gerado mais de 27 mil milhões de euros de investimento direto, dos quais cerca de 19 mil milhões foram da responsabilidade das empresas de mediação imobiliária”.

Apesar de reconhecer “o momento complexo” que Portugal atravessa face ao surto do coronavírus e de que “Governo estará a fazer o seu melhor para, diariamente, dar resposta a uma situação inédita para a qual ninguém está preparado”, Luís Lima defende que o setor imobiliário também precisa de medidas específicas para apoiar as suas empresas, tal como sucedeu em outras áreas da sociedade.

“Foram promovidas medidas específicas para a restauração, turismo e indústria, por exemplo, mas o imobiliário também tem que ser incluído neste cenário com uma linha de crédito particular para o sector. As empresas não vão conseguir liquidez neste período que obriga ao isolamento social. São mais de 40 mil pessoas que estão em causa, sem contar com as que também dependem indiretamente deste sector, que tem sido dos que mais tem conseguido absorver o desemprego que se verifica em áreas como a banca”.

O líder da APEMIP assume que neste momento o setor imobiliário pode não ser prioritário para o Governo, mas quando “vier o tsunami económico que, infelizmente, se prevê não tenho nenhuma dúvida de que seremos uma vez mais, um dos setores chave na ajuda a que o país se recomponha, tal como já o demonstramos no passado”, acrescentando que o imobiliário também precisa de ser “respeitado e acarinhado por quem nos Governa, e merecemos esse reconhecimento, que neste momento tem que ser feito através do apoio a estas empresas”.

Luís Lima deixa ainda o repto para uma intervenção mais proativa do setor financeiro. “Apelo ao setor financeiro para que não fique a aguardar diretrizes do Governo, e seja proativo na antecipação à proteção dos particulares e micro, pequenas e médias empresas. O setor financeiro tem um papel fundamental na imposição da concessão de moratórias nos créditos a empresas e famílias, para que não se sintam estranguladas neste momento tão difícil”, conclui.

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