Covid-19: Sindicato dos Médicos apela a 3ª dose da vacina para profissionais de saúde

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reiterou nesta terça-feira, 9 de novembro, os apelos para a necessidade, “imperiosa e urgente, de proteger os profissionais de saúde em geral e os médicos em especial que têm alertado para o risco de um grave problema de saúde pública, porque estão na linha da frente a combater o vírus. Os profissionais de saúde foram vacinados em dezembro, aquando da primeira fase de vacinação.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, já corroborou publicamente a necessidade de proteger os profissionais de saúde, tendo apelado a 3 de novembro para a urgência em agilizar a administração da terceira dose da vacina contra a Covid-19 numa altura em que se aproxima o Inverno e em que os casos de infeção respiratória estão em crescimento.

“Com as alterações na task-force e a devolução do processo ao Ministério da Saúde, temos assistido a alguns bloqueios no processo de vacinação que podem deitar a perder muito do que já se conseguiu”, alertou o bastonário da Ordem dos Médicos.

Miguel Guimarães reforçou no início do mês que “pelo risco de exposição que os médicos e outros profissionais de saúde têm, e numa altura em que já sabemos o impacto que a redução do acesso aos serviços de saúde tem nos cidadãos, é fundamental que a terceira dose da vacina contra a Covid-19 possa ser administrada rapidamente aos profissionais de saúde. Não podemos ficar apenas no plano das intenções, tem de ser concretizado na prática e em tempo efetivo”.

O SIM recorda hoje que o secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, em declarações à comunicação social disse que os médicos iriam ser vacinados.

“Comunicação Social que, honra lhe seja feita, tem divulgado e amplificado tais alertas perante a tendência crescente que se esta a verificar na Europa de aumento da infeção Covid-19”, reforça o SIM, acrescentando que a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, “diz que o processo de vacinação dos profissionais com a terceira dose passa pela Saúde Ocupacional das instituições… Saúde Ocupacional que, quantas vezes e nomeadamente nas ARS, se debate com recursos insuficientes”.

O SIM alerta que “perante uma nova vaga pandémica, com os profissionais em burnout agravado e fartos de palavras bonitas e propaganda, a capacidade de resposta do SNS poderá ser afetada”, realçando que “a resiliência dos profissionais de saúde, e dos médicos em particular, é finita e está diminuída por meses e meses de luta árdua, e saberem-se mais protegidos é o mínimo que se lhes pode dar”.

“Não podemos voltar aos tempos dos documentos bonitinhos e das declarações vagas, dos três passos para a direita e dois para a esquerda, das indefinições, do caminho a várias velocidades, da falta de liderança”, conclui.