Covid-19: Trump questiona dados da China e diz que números são “demasiado ligeiros”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou na quarta-feira que os números quanto às infecções e mortes por coronavírus na China parecem ser “demasiado ligeiros”.

“Os números parecem ser demasiado ligeiros – e estou a ser simpático quando digo isto – em relação àquilo que testemunhámos e àquilo que foi reportado”, cita a agência Bloomberg as declarações do chefe de Estado norte-americano, durante uma conferência de imprensa, quando questionado sobre um trabalho da agência que dá conta de que os serviços secretos norte-americanos concluem que houve casos de covid-19 não declarados na China.

“Discutimos isso com eles, não tanto os números mas sim o que fizeram e o que têm feito e estamos em comunicação constante”, continuou. “Sobre se os números são reais ou não, eu não sou contabilista da China”.

Os comentários surgem depois da Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos ter concluído, através de um relatório secreto, que o governo de Xi Jinping tem ocultado evidências do surto de coronavírus no seu país, subnotificando o total de casos e as mortes sofridas pela doença.

De acordo com a notícia avançada pela Bloomberg, que cita duas fontes desta entidade, esta omissão de informação pública sobre o impacto do vírus no país é feita intencionalmente com o objetivo. A Comunidade de Inteligência conclui, por isso, os números da China são falsos.

Uma porta voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês reagiu aos comentários e aos trabalhos conduzidos pela  admnistração de Trump e considerou-os “vergonhosos”.

A pandemia de covid-19 começou na China no final de 2019, mas Pequim dá conta de menos casos do que os Estados Unidos, que se tornaram agora no maior foco do surto, com 215 mil casos confirmados e 5.112 mortes. Na China, foi registado um total de 81.589 casos e 3.318 mortes.