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Covid-19: Vendas de automóveis na China caem mais de 80% em fevereiro

As vendas de automóveis na China registaram em fevereiro passado uma queda homóloga de 81,7%, à medida que o surto de Covid-19 paralisou o país, prolongando a crise num setor em contração nos últimos dois anos.
12 Março 2020, 11h43

As vendas de veículos utilitários desportivos, ‘minivans’ e ‘sedans’ no maior mercado automóvel do mundo caíram para 224.000 unidades, segundo a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis.

Concessionárias de automóveis, cinemas e outras empresas dependentes do consumo foram obrigadas a permanecer fechadas após as férias do Ano Novo Lunar, visando conter a propagação do novo coronavírus, que fez mais de 3.100 mortos no país asiático.

As vendas “caíram acentuadamente devido ao forte impacto do surto”, admitiu a Associação, em comunicado.

O Governo está a reduzir as restrições na movimentação de pessoas em muitas áreas visando retomar a atividade económica. Fábricas de automóveis estão a reabrir, mas dezenas de milhões de trabalhadores ainda não conseguiram retornar ao trabalho, devido a medidas de quarentena.

No conjunto dos dois primeiros meses do ano, as vendas do setor automóvel caíram 43,6%, em relação ao mesmo período do ano anterior, e atingiram 1,8 milhão de unidades.

Em 2019, as vendas de automóveis caíram pelo segundo ano consecutivo na China, à medida que a guerra comercial com Washington e a desaceleração da economia chinesa afetaram a confiança do consumidor.

A queda nas vendas é um golpe para as fabricantes globais, cujo aumento das receitas depende do mercado chinês, face a crescimentos anémicos nos Estados Unidos e na Europa.

A China concentra 27% da produção mundial de automóveis, face a 7% em 2003, quando enfrentou um surto de pneumonia atípica. O encerramento de fábricas no país constitui assim um entrave na cadeia de produção global de componentes automóveis.

Os analistas dizem que levará semanas ou talvez meses até que o setor retome os níveis normais de produção. As montadoras dizem que o ritmo depende da rapidez com que os fornecedores podem retomar a entrega dos componentes.

Reviver a indústria “pode levar mais tempo do que o esperado devido à escassez de mão-de-obra e materiais”, admitiu a consultora Fitch Solutions, num relatório publicado esta semana.

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