[weglot_switcher]

Credit Suisse: Riqueza global total teve um crescimento de 7,4% em 2020

O 12.º Global Wealth Report concluiu que a riqueza global agregada aumentou 28,7 biliões de dólares para atingir 418,3 biliões de dólares no final do ano. “Em termos de dólares americanos atuais, a riqueza total teve um crescimento de 7,4% e a riqueza por adulto subiu 6,0%. Contudo, a depreciação generalizada do dólar norte-americano foi responsável por 3,3 pontos percentuais no crescimento.
22 Junho 2021, 11h23

O Credit Suisse Research Institute publicou o seu 12.º Global Wealth Report que demonstra o crescimento contínuo da riqueza. “Em 2020, a criação de riqueza foi, em grande parte, imune aos desafios que o mundo enfrentava devido às medidas, implementadas pelos governos e bancos centrais, para mitigar o impacto económico da Covid-19”, informa o comunicado, divulgado esta terça-feira, sobre o estudo elaborado pelo banco suíço especialista em gestão de fortunas.

A riqueza global total teve um crescimento de 7,4% e a riqueza por adulto aumentou 6%, atingindo um novo patamar histórico de 79.952 dólares. No geral, os países mais afetados pela pandemia não foram os piores em termos de criação de riqueza, conclui o relatório.

A pandemia teve um profundo impacto a curto prazo nos mercados globais no primeiro trimestre de 2020. O relatório estima que a riqueza global total das famílias perdeu 17,5 biliões de dólares, entre janeiro e março de 2020, o equivalente a uma queda de 4,4%. No entanto esta situação foi, em larga medida, revertida até ao final de junho. Pois, “surpreendentemente, na segunda metade de 2020, os preços das ações continuaram numa trajetória ascendente, alcançando níveis históricos até ao final do ano”.

“Os mercados imobiliários também beneficiaram do otimismo que se fazia sentir, uma vez que o preço das casas aumentou para taxas que não eram observadas há muitos anos. O resultado líquido foi a adição de 7,4 biliões de dólares à riqueza global das famílias durante o ano”, diz o relatório.

O 12.º Global Wealth Report concluiu que a riqueza global agregada aumentou 28,7 biliões de dólares para atingir 418,3 biliões de dólares no final do ano.

“Em termos de dólares americanos atuais, a riqueza total teve um crescimento de 7,4% e a riqueza por adulto subiu 6%. Contudo, a depreciação generalizada do dólar norte-americano foi responsável por 3,3 pontos percentuais no crescimento. Se as taxas de câmbio tivessem permanecido iguais às de 2019, a riqueza total teria crescido 4,1% e a riqueza por adulto 2,7%”, diz a análise.

Em termos de repartição regional, a riqueza total aumentou em 12,4 biliões de dólares na América do Norte e em 9,2 biliões na Europa. Estas duas regiões foram responsáveis pela maior parte dos ganhos de riqueza em 2020, com a China a acrescentar mais 4,2 triliões de dólares e a região da Ásia-Pacífico (excluindo China e Índia) mais 4,7 triliões de dólares.

A Índia e a América Latina registaram ambas perdas em 2020. A riqueza total na Índia caiu 594 biliões de dólares, ou 4,4% em termos percentuais. Esta perda foi agravada pela depreciação da taxa de câmbio: em taxas de câmbio fixas, a perda teria sido de 2,1%. A América Latina parece ser a região com o pior desempenho, com a riqueza total a cair 11,4% ou 1,2 biliões de dólares.

Por seu turno, as dívidas totais aumentaram em 7,5% e, provavelmente, teriam aumentado muito mais se as famílias não tivessem sido forçadas a poupar mais devido as restrições nos gastos com o confinamento económico.

A dívida total teve um aumento acentuado na China e na Europa, mas diminuiu na África e América Latina, mesmo após ser feito um abatimento para a depreciação da taxa de câmbio.

“Os lucros inesperados de poupanças não planeadas e as baixas taxas de juro em vigor presenciaram uma recuperação dos mercados imobiliários durante a segunda metade de 2020. O resultado líquido foi um ano acima da média para proprietários de casas na maior parte dos países”, conclui o relatório que inclui uma mensagem de António Horta-Osório, Chairman of the Board of Directors da Credit Suisse Group.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.