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Crédito à construção continua a ter risco elevado

A construção apresenta uma elevada frequência de fracassos empresariais que resulta de uma concorrência forte, margens estreitas e atrasos nos pagamentos por parte de compradores públicos.
13 Fevereiro 2018, 12h45

O mais recente estudo divulgado pela Crédito y Caución – grupo do setor dos seguros de crédito interno e de exportação – alerta para o risco de crédito no setor da construção, que permanece em níveis elevados no mercado global. As falências repentinas de importantes construtoras na Europa põem em evidência “o elevado nível de risco de crédito para as empresas do setor de construção, onde milhares de pequenas empresas tendem a estar no final da cadeia de pagamentos”, afirma a empresa em comunicado.

O relatório da seguradora de crédito salienta que “existem certos problemas e padrões que as empresas de construção têm em comum em qualquer país, independentemente do seu desempenho nos mercados individuais: um nível de concorrência elevado, margens de lucro baixas, atrasos nos pagamentos por parte de compradores públicos e uma percentagem de insucesso empresarial acima da média. Os prazos de pagamento alargados, os problemas de fluxo de caixa e a debilidade financeira das construtoras de menor dimensão são situações que afetam quase todos os mercados”.

Os analistas da seguradora incidem na grande reorganização que a indústria da construção mundial sofreu em consequência da crise financeira de 2008. “A recuperação em alguns países como a Bélgica, França, Itália e Espanha continua a ser modesta em comparação com os níveis anteriores à crise, já que a diminuição da atividade de construção durante a recessão foi muito pronunciada”, refere o relatório que analisa em detalhe a situação do setor em Espanha, Austrália, Bélgica, Estados Unidos, França, Hungria, Itália, México, Polónia, Reino Unido, Roménia, Singapura e Tailândia.

A questão tem sido abordada por vários economistas, que vêm no setor da construção a próxima bolha – como sucedeu em Espanha há cinco anos – que, a rebentar, poderia colocar em causa o crescimento de alguns países da Europa. Uma das formas de contribuir para ultrapassar o risco é precisamente o seguro de crédito.

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