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Crescimento das indústrias do mar desacelera nos últimos anos

Estudo da PwC revela que, em 2018 o movimento de mercadorias diminuiu três milhões de toneladas, antecipando que no ano passado se deverá ter registado um novo decréscimo da carga movimentada pelos portos portugueses. 
9 Janeiro 2020, 08h10

A indústria do mar tem dado sinais de desaceleração nos últimos anos, sendo a diminuição do movimento de mercadorias uma das faces mais visíveis desta evolução, revela o estudo LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar, divulgado esta quinta-feira.

Segundo a PwC, depois das indústrias do mar terem crescido acima do Produto Interno Bruto (PIB) durante os anos da Troika, os indicadores de 2018 e 2019 “apontam para uma quebra notória nos “Portos e Transportes Marítimos” e em componentes do “Turismo Azul””. Segundo a consultora, em 2018 o movimento de mercadorias diminuiu três milhões de toneladas, o que compara com o crescimento média de mais cinco milhões de toneladas por ano entre 2012 e 2017, antecipando que no ano passado se deverá ter registado um novo decréscimo da carga movimentada pelos portos portugueses.

“Os portos nacionais são muito importantes para dinamizar todas as indústrias produtoras e exportadoras. Sinais de decréscimo da atividade portuária são importantes indicadores que devem provocar análise de medidas de incentivo económico”, disse Miguel Marques, partner da PwC, ao Jornal Económico.

O especialista, que participou no estudo, realçou que “os líderes das indústrias do mar apontam, como razões para esta desaceleração [das indústrias do mar], o atraso nos investimentos no setor portuário, a instabilidade social nos portos, a volatilidade internacional e as demoras no alinhamento de estratégias multissectoriais – de que é exemplo a ausência de reuniões da Comissão Interministerial dos Assuntos do Mar”.

Segundo o Barómetro da PwC, a maioria dos inquiridos considera que existe uma elevada margem de progressão, mas 85% considera que Portugal rentabiliza de uma forma insuficiente todos os recursos que o mar pode dar, contra 10% que respondeu que rentabiliza de uma forma suficiente.

Também 97% dos inquiridos considera que a economia do mar tem potencial para melhorar a balança comercial portuguesa, concretizado através do aumento de exportações e/ou redução de importações.

“A fileira alimentar do mar tem grande potencial de crescimento de valor agregado sem necessidade de aumento da captura. É fundamental valorizar a fileira de pescado no seu trajeto de promoção dos produtos alimentares do mar portugueses no contexto internacional”, identifica Miguel Marques. Realça ainda que “a localização geoestratégica privilegiada do país traz grandes oportunidades para a retoma do crescimento e desenvolvimento dos portos nacionais”.

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