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Crescimento e juros representaram mais de um quarto da redução da dívida em 2017

A dívida caiu 4,2 pontos percentuais em 2017, face a 2016, apesar de o stock da dívida das administrações públicas ter prosseguido a trajetória de crescimento dos últimos anos. O ajustamento défice-dívida, a expansão do PIB e a poupança com juros beneficiaram a diminuição do rácio.
17 Abril 2018, 13h47

O peso da dívida pública no produto interno bruto (PIB) português caiu para 125,7% em 2017, apesar de a dívida ter aumentado em valor. Os cálculos do Conselho de Finanças Públicas (CFP) revelam que o efeito dinâmico do crescimento económico (base para o rácio) e a diminuição dos juros da dívida tiveram um impacto de 1,2 pontos percentuais na redução, ou seja, representaram cerca de 28,5% do ajuste.

A dívida caiu 4,2 pontos percentuais em 2017, face a 2016, apesar de o stock da dívida das administrações públicas ter prosseguido a trajetória de crescimento dos últimos anos. O total atingiu os 242,6 mil milhões de euros, mais 1,7 mil milhões que no ano anterior.

A diminuição do rácio é explicada pelo CFP com base no ajustamento ao défice, aceleração de 2,7% no PIB e, também, com a redução dos custos com juros em 3,7%, para 822 milhões de euros. “Metade desta redução (2,1 pontos percentuais do PIB) é determinada pelo ajustamento défice-dívida”, explicou o relatório.

“No mesmo sentido, o efeito dinâmico, que combina o efeito crescimento (5,1 pontos percentuais), e o efeito juros (3,9 pontos percentuais) concorreram também para a redução da dívida em 1,2 pontos percentuais do PIB. Em menor escala e seguindo o comportamento observado em anos anteriores, o saldo primário teve um impacto favorável de 0,9 pontos percentuais para a redução do rácio da dívida”, acrescentou.

Já o aumento do montante da dívida é explicado pelo acréscimo de depósitos e de títulos de dívida de curto e de longo prazo. Ainda assim, face a 2016, os empréstimos denotaram uma diminuição em ambos os prazos, sendo que o CFP destaca os instrumentos de longo prazo, justificado pela amortização antecipada dos empréstimos do Fundo Monetário Internacional no montante de 10 mil milhões de euros.

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