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Crise catalã condiciona equilíbrio político em Espanha

Ciudadanos continua a aproximar-se do topo e o seu líder, Albert Rivera, é o mais apreciado dos líderes partidários. O partido, criado na Catalunha, é também o que tem os eleitores mais fiéis.
  • Mariano Rajoy
6 Fevereiro 2018, 06h40

A crise na Catalunha – e a resposta dos vários partidos políticos espanhóis às suas consequências – e os resultados das eleições autonómicas de 21 de dezembro passado estão a condicionar a evolução das intenções de voto do país, com os dois partidos do centro (PP, no governo e PSOE) a descerem e o Ciudadanos a aproximar-se cada vez mais do topo.

O partido liderado pelo catalão Albert Rivera surge em terceiro lugar nas intenções de votos do último barómetro do Centro de Pesquisa Sociológica (CIS), com 20,7%, um aumento de mais de três pontos percentuais em relação ao último estudo sobre a matéria. Por outro lado, o PP do chefe do governo Mariano Rajoy continua a diminuir e a última estimativa é 26,3% depois de perder 1,7 pontos, enquanto que o PSOE (23,1%) cai um pouco mais de um ponto. Ao mesmo tempo, o Podemos aproveita a dificuldade dos socialistas de atrair eleitores e recupera ligeiramente para os 19% (tinha 18,5%).

A pesquisa, realizada pelo CIS no primeiro semestre de janeiro, reflete a tendência ascendente do Ciudadanos – apesar de o partido não chegar à posição der outros estudos de intenções de voto dos espanhóis, que o colocavam acima tanto do PP como do PSOE para as eleições gerais previstas para 2020.

“O estudo mostra que o bipartidismo está a cair. Existe um empate de três vias entre o PP, o PSOE e o Ciudadanos. Somos prudentes, mas não podemos esconder a satisfação de que o nosso grupo continua a crescer. Crescemos seis pontos nos últimos meses”, disse Inés Arrimadas, porta-voz nacional do partido e sua líder na Catalunha (onde ganhou as eleições de 21 de dezembro), citada pelo jornal “El Pais”.

Os sete pontos a menos do PP em relação ao seu triunfo nas eleições gerais de junho de 2016, que venceu com 33% dos votos, dez pontos a mais do que o PSOE, resume a crise do partido de Mariano Rajoy, segundo os analistas do jornal. Após o fiasco eleitoral na Catalunha, onde os quatro deputados do PP nem sequer têm um grupo parlamentar (precisavam de ter mais um), os barões do partido exigem que Mariano Rajoy seja capaz de conter a pressão do Ciudadanos. O partido é olhado agora como o rival direto nas eleições regionais e municipais de 2019: de acordo com a CIS, 15,1% dos eleitores do PP nas últimas eleições gerais poderia agora optar por votar Ciudadanos. A fidelidade do voto no PP está nos 64,8%, bem abaixo do Ciudadanos (82,7%) e do PSOE (66,4%) e só é melhor que o Podemos (59,5%).

Em termos da popularidade dos líderes partidários, Pablo Iglesias, do Podemos, obtém o seu menor resultado (2.54 pontos em 10 possíveis), o que o deixa para trás do primeiro-ministro, Mariano Rajoy (2,87 pontos), Pedro Sánchez (3.68 pontos) e Albert Rivera (4.01 pontos).

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