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Crise na Boeing agrava-se. Empresa em queda livre na Bolsa

Esta segunda-feira, as ações da Boeing na Bolsa de Nova Iorque estão a cair em 4,05% para 330,11 dólares, aumentando cada vez mais o declínio da multinacional norte-americana desde o segundo acidente mortal que ocorreu na Etiópia. 
  • Justin Lane / EPA
21 Outubro 2019, 17h23

A empresa Boeing pode ter colocar de parte mil milhões de dólares em encargos adicionais, sustentaram duas agências de intermédios esta segunda-feira à ‘Reuters’. A notícia chega após os últimos desenvolvimentos das aeronaves 737 MAX, que continuam em dúvida se voltam a entrar ao serviço das respetivas companhias aéreas.

As entidades de serviços financeiros, Credit Suisse e UBS, diminuíram as ações empresa depois de dois funcionários da Boeing afirmarem em mensagens internas, em que afirmaram o sistema de perda de sustentação das aeronaves se comportou de forma irregular durante os testes, mesmo antes dos aviões serem direcionados para as empresas correspondentes.

Estas novas revelações colocam novamente peso na Boeing, que continua a sofrer pressão depois dos dois acidentes fatais que envolveram as companhias Lion Air e Ethiopian Airlines, e obrigaram a empresa a recolher todas as aeronaves 737 MAX, tendo registado perdas que ascenderam a mil milhões de dólares.

Esta segunda-feira, as ações da Boeing na Bolsa de Nova Iorque estão a cair em 4,05% para 330,11 dólares, aumentando cada vez mais o declínio da multinacional norte-americana desde o segundo acidente mortal que ocorreu na Etiópia.

Ainda assim, a Boeing continua a produzir aeronaves para companhias aéreas, como é o exemplo do 787-9 Dreamliner que a Qantas encomendou para realizar o voo mais longo de sempre sem escalas. No entanto, a venda dos aviões está a acontecer a uma taxa mais pequena devido às duas quedas dos aviões e existe ainda a possibilidade da empresa interromper por completo a sua produção do 737 MAX.

O Credit Suisse baixou a classificação para ‘neutro’, sendo que mantinha uma classificação de ‘desempenho superior’ desde julho de 2017. A entidade bancário diminui ainda o preço das ações em 93 dólares, fixando-as em 323 dólares, cerca de 6% abaixo do preço de encerramento na Bolsa na sexta-feira, quando fechou a 344 dólares.

Com o potencial atraso na devolução dos aviões às companhias até fevereiro de 2020, a fabricante de aeronaves norte-americana pode ter de pagar 3,2 mil milhões de dólares em custos, além de 5,6 mil milhões de dólares que têm de ser pagos até ao fim de outubro.

“A Boeing pode ser forçada a abrir mão ou demitir uma parte da sua força de trabalho no MAX. Isso pode resultar numa perda de produtividade quando/se o MAX regressar ao serviço”, sustentou o analista Robert Spingarn. O analista sustenta que tais consequências já foram verificadas na construção naval e que a situação pode ser grave.

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