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Crise no FC Barcelona: o que provocou a demissão de Bartomeu nos ‘blaugranas’

As derrotas na Liga dos Campeões, incluindo a goleada frente ao FC Bayern por 8-2 em pleno Camp Nou (ainda que sem adeptos), a batalha pelo fax com Lionel Messi e as 20 mil assinaturas de sócios que pediram a sua demissão, a que se junta a moção de censura organizada por Josep Bartomeu (impedida pela Generalitat), foram as razões que levaram o dirigente a abandonar o clube ‘blaugrana’ – um dos mais históricos clubes de futebol a nível mundial.
28 Outubro 2020, 17h30

As pressões institucionais, económicas e desportivas que se abatem sobre o FC Barcelona fizeram a sua primeira vítima, Josep Bartomeu, presidente do clube desde 2014. O espanhol abandona o ‘Barça’ depois de uma petição que reuniu mais de 20 mil assinaturas dos sócios. Bartomeu, no entanto, culpou a Generalitat catalã que, segundo o ex-presidente, o obrigou a terminar o seu mandato mais cedo, informa o portal “Palco 23”.

As derrotas na Liga dos Campeões, incluindo a goleada frente ao FC Bayern por 8-2 em pleno Camp Nou (ainda que sem adeptos), a batalha pelo fax com Lionel Messi e as 20 mil assinaturas de sócios que pediram a sua demissão, a que se junta a moção de censura organizada por Josep Bartomeu (impedida pela Generalitat), foram as razões que levaram o dirigente a abandonar o clube ‘blaugrana’ – um dos mais históricos clubes de futebol a nível mundial.

Vindo do setor de engenharia, Bartomeu chegou ao clube em 2003 como membro da direção de Joan Laporta, de onde saiu após um desentendimento com o então presidente. Anos depois, em 2010, tornou-se vice-presidente do conselho de Sandro Rosell, amigo íntimo de Bartomeu e conselheiro do clube ao longo da sua gestão.

A sua chegada à presidência em 2014 foi polémica, uma vez que o presidente cessante assumiu o cargo após evitar, junto com Rosell, a denúncia do ministério público espanhol para a transferência de Neymar. O caso terminou com um acordo entre o Ministério Público e clube, onde ambos os executivos ficaram impunes e o clube teve de assumir uma multa de 5,5 milhões de euros por “erro de planeamento fiscal”, explicou na altura o presidente.

Bartomeu, que acabou aplaudido pelos companheiros presentes no anuncio da sua demissão, leu uma série de discursos, nos quais argumentou que a renúncia atendeu a uma vontade da direção de “não colocar em risco a saúde dos sócios” visando a Generalitat, a quem acusou de não lhe dar cobertura jurídica e de “lavar as mãos”.

A realização da moção de censura foi o golpe final para um órgão governamental que, seja por motivos de saúde ou por medo de ser a primeira direção a perder um voto desse calibre, não quis enfrentar o referendo previsto para o efeito desta semana. Esta não é a primeira vez que o conselho se fragmenta, o sindicato nunca foi um dos pilares do mandato de Bartomeu, que desde o início foi envovido num manto de acusações e repreensões que só desapareceram quando a bola entrou na baliza contrária à defendida por Marc-André ter Stegen.

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