“Cristina Casalinho tem feito bom trabalho ao alongar as maturidades”, diz ex-presidente do IGCP

O antigo presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública João Moreira Rato considerou que a troca de dívida pública no final de 2018 permitiu resolver em grande parte o problema de 2021.

Na conferência “A Economia Mundial em 2019”, promovida esta quarta-feira pelas consultoras financeiras Arcano Partners e Optimal Investments, da qual o Jornal Económico é media partner, Moreira Rato considerou que a dívida portuguesa irá continuar a beneficiar da política acomodatícia, que diz, continuará a ser seguida pelo Banco Central Europeu (BCE).

“O BCE vai manter uma política monetária acomodatícia e essa política vai fazer com que procura por rendimento na Europa vai continuar a acontecer e os mercados de dívida vão continuar suportados pela política do BCE”, disse. No caso particular da dívida portuguesa, Moreira Rato referiu que “vai beneficiar de alguma forma da política acomodatícia do BCE” .

O ex-presidente do IGCP elogiou ainda o trabalho da sua sucessora. “Cristina Casalinho tem feito um bom trabalho no ICGT, alongando as maturidades. Fez uma transação fantástica no fim do ano passado, que resolveu em parte o problema das devoluções que iriam acontecer em 2021”, disse.

Relativamente ao financiamento das empresas portuguesas, adiantou que deverá continuar a originar sobretudo do exterior. “O mercado de dívida vai ser binário: as empresas grandes vai continuar a conseguir ir ao mercado de dívida – como a da EDP na dívida híbrida -, enquanto as pequenas e medias empresas terão mais dificuldades”, sublinhou.

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