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CTT caem mais de 3% e pressionam PSI 20

A decisão do Supremo Tribunal espanhol, que obrigou os bancos a pagar um novo imposto de selo relativo ao registo de hipotecas. está a condicionar a banca espanhola. O BCP também perde, ao desvalorizar mais de 2% a meio da sessão nacional.
  • Benoit Tessier / Reuters
19 Outubro 2018, 13h29

Depois de ter aberto em alta, a bolsa portuguesa negoceia em terreno negativo a meio da sessão desta sexta-feira, 19 de outubro. O principal índice do mercado português, PSI 20, recua 0,61%, para 5.029,86 pontos. A pressionar a praça lisboeta estão sobretudo as desvalorizações dos CTT – Correios de Portugal, cujos títulos perdem 3,07%, para 3,2180 euros, e BCP (que segue o desânimo da banca na Europa (sobretudo na bolsa de Madrid) e perde 2,11%, para 0,2232 euros.

O operador postal tem estado a cair depois de ontem ter informado, em comunicado, que iria contestar a decisão do regulador das telecomunicações em tribunal. Em causa está o facto de a Anacom ter determinado alterações ao sistema de medição dos indicadores de qualidade da empresa liderada por Francisco de Lacerda. Na nota tornada pública, os CTT explicaram que a decisão de agir “por via de ação arbitral e administrativa” surgiu após ponderação sobre o teor e alcance das deliberações da Anacom.

Já o banco vê-se condicionado pela conjuntura externa do setor. Em Espanha, as entidades bancárias ainda ressentem o facto de a justiça a ter obrigado a pagar um novo imposto de selo relativo ao registo de hipotecas.

“Más notícias para o setor bancário. A decisão do Supremo Tribunal, que alterou a sua sentença anterior, deu um duro golpe aos bancos espanhóis, alertando que são as instituições financeiras que devem ser responsabilizadas pelos impostos hipotecários. Um relatório da Moody’s indica que o custo para os bancos como resultado desta decisão será de mais de 4 mil milhões de euros. Isso não é nenhuma brincadeira, ainda mais com o que os bancos estão sofrer este ano com a incerteza política na Europa e as crises emergentes”, refere Sergio Avila Luengo, market analyst da IG.

Na generalidade, as principais bolsas europeias negoceiam mistas. O índice alemão DAX sobe 0,06%, o CAC 40 desvaloriza 0,46%, o italiano FTSE MIB perde 0,53%, o espanhol IBEX 35 aprecia 0,07% – CaixaBank (-2,01%), Bankia (-1,18%) ou Sabadell (-3,47%) são alguns dos bancos com quedas mais fortes – e o britânico FTSE 100 soma 0,50%. O Euro Stoxx 50 avança 0,09%.

“O sentimento foi-se degradando ao longo da sessão. A Comissão Europeia levantou muitas dúvidas quanto ao orçamento italiano, apontando um risco de «não-conformidade grave» com as regras europeias e que pode levar a uma rejeição do mesmo. A banca italiana e as obrigações soberanas respondem em queda. Ainda no setor, a banca espanhola mantém-se condicionada com a histórica decisão do Supremo Tribunal”, afirma Ramiro Loureiro, trader do Millennium  bcp, em comunicado.

Os analistas do Bankinter esperam que a sessão de hoje continue a ser marcada por “alguma volatilidade na Europa e uma possível fuga para ativos de menor risco (por exemplo obrigações core), à espera principalmente da resolução dos orçamentos italianos e da maior intensidade de dados macroeconómicos na próxima semana [Banco Central Europeu e PIB americano do terceiro trimestre de 2018]”.

No setor petrolífero, a cotação do barril de Brent, que serve de referência para a Europa, avança 0,25% para 79,49 dólares, enquanto a cotação do crude WTI sobe 0,23%, para 68,81 dólares por barril. Quanto ao mercado cambial, destaque para a subida de 0,14% do euro face ao dólar (1,1470) e a valorização de 0,10% da libra perante a divisa dos Estados Unidos (1,3031).

Notícia atualizada

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